Supervisão Pedagógica
UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE MOÇAMBIQUE
Faculdade de Educação e
Comunicação
As Implicações da Supervisão Pedagógica no Processo de
Ensino e Aprendizagem
Henriques
Domingos Damião Mucuna
UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE MOÇAMBIQUE
Faculdade de Educação e
Comunicação
As Implicações da Supervisão Pedagógica no Processo de Ensino e Aprendizagem
Henriques
Domingos Damião Mucuna
Monografia submetida
no departamento de educação da UCM-FEC, no curso de Psicopedagogia, como
requisito parcial para obtenção do grau de licenciatura em Psicopedagogia. Orientador: Tomás
Alfredo, M.A. |
Índice
Lista de siglas e
abreviaturas
CAPÍTULO II: Revisão
da literatura
2.2.1.Funções da
supervisão pedagógica
2.2.2.Tipos de
supervisão pedagógica
2.2.2.2.Supervisão comportamental ∕ behaviorista
2.2.2.3.Supervisão humanista ∕ clínica
2.2.3.Importância da
supervisão pedagógica
2.3.Processo de ensino
e aprendizagem
2.4.Relação entre a
Supervisão Pedagógica e o Processo Ensino e Aprendizagem
CAPÍTULO III: Desenho
Metodológico
3.1. Tipo de estudo
quanto ao modo de abordagem
3.2. Quanto a lógica
da investigação
3.3. Tipo de estudo
quanto ao objectivo
3.4.Tipos de estudo
quanto aos procedimentos técnicos
3.5.Técnicas e
instrumentos de recolha de dados
3.5.1.1.Entrevista
semi-estruturada
3.6.Técnicas de
análise e interpretação dos resultados
3.7.Participante e o
critério de selecção dos mesmos
3.9.Descrição do local
de estudo
CAPÍTULO IV:
Apresentação, análise e interpretação de resultados
4.1. Noções sobre o conceito de supervisão pedagógica
4.2. Modos de realização da supervisão pedagógica na Escola X
4.2.1. Assistência às aulas e reuniões
4.2.1. Quem realiza a assistência às aulas e reuniões na escola X?
4.2.2. A solicitação
de assistência às aulas pelos professores
4.3. Resultados de
assistência às aulas no PEA na escola em estudo
Declaração
Eu, Henriques Domingos Damião Mucuna declaro por minha honra,
que o presente trabalho constitui o resultado do meu labor individual sob
orientação do meu supervisor, declaro ainda que, todas informações que contem
no trabalho foram devidamente citadas e apresentadas nas referências
bibliográficas.
Declaro também que,
este trabalho nunca foi apresentado em nenhum outro âmbito para a obtenção de
qualquer grau académico.
Autor
_______________________________
Henriques
Domingos Damião Mucuna
Nampula,
Maio de 2022
Dedicatória
Este trabalho dedico aos meus pais
Damião Mucuna e Modesta Sionela e aos meus irmãos Manuel Mucuna e Agostinho
Mucuna, que acreditaram, confiaram em mim e apostaram na minha educação para
que essa formação se concretizasse.
Agradecimento
O meu agradecimento especial
vai em primeiro lugar a Deus que me protegeu durante a minha formação.
Agradeço ao meu supervisor
Tomás Alfredo que com a sua sabedoria, paciência e disponibilidade e de forma
incansável e com mestria dirigiu este trabalho dando todo apoio durante a sua
realização.
Agradeço ainda a minha
família em geral que tiveram que passar várias dificuldades financeiras para
poder sustentar a minha formação e tornar o meu sonho em realidade.
Os meus agradecimentos
também se dirigem ao colectivo de professores que durante os quatro anos me adoptaram
de conhecimentos necessários da minha área de formação e de cultura geral e me
tornaram um homem pronto para as batalhas da dura vida, o meu muito obrigado.
Tecer
grande consideração e agradecimento a todos que directa ou indirectamente me
apoiaram na execução deste trabalho, na busca de soluções em momentos de queda
e de procura.
Lista de siglas e abreviaturas
SP – Supervisão Pedagógica
SDEJT – Serviço Distrital de
Educação, Juventude e Tecnologia
MEDH – Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano
DNGGQ
– Direcção Nacional de Gestão e Garantia da Qualidade
UCM-FEC – Universidade Católica de
Moçambique – Faculdade de Educação e Comunicação
DE – Director da Escola
DAE – Director Adjunto da Escola
P–
Professor
Resumo
Esta
investigação tem como tema: As Implicações da Supervisão Pedagógica no Processo
de Ensino e Aprendizagem. O trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos,
sendo que o primeiro faz apresentação da parte introdutória, quanto a esta
parte importa destacar que o trabalho tem como objectivo geral: analisar as
implicações da supervisão pedagógica no processo de ensino e aprendizagem. Para
responder a este objectivo foram descritos três objectivos específicos,
nomeadamente: Identificar o tipo de supervisão pedagógica realizada na Escola
em estudo; Descrever como são feitas as actividades da supervisão pedagógica na
Escola em estudo e Demonstrar os resultados das actividades da supervisão
pedagógica na prática docente e no desempenho escolar dos alunos. O trabalho
justifica-se pela necessidade de apoio e acompanhamento do PEA nas escolas para
o alcance do sucesso escolar dos alunos. No segundo capítulo, faz-se uma breve
discussão dos autores sobre os principais conceitos da supervisão pedagógica.
No terceiro capítulo, são apresentadas as metodologias usadas para a elaboração
do presente trabalho, sendo que o método usado quanto a abordagem é
qualitativo, quanto aos objectivos é o estudo descritivo, quanto a lógica é
método indutivo; quanto a técnicas e instrumentos de recolha de dados foram,
entrevista semi-estrutura e análise documental; quanto a técnicas de análise e
interpretação de dados foram, análise de conteúdos e categorização dos
resultados. No quarto capítulo, são apresentados e discutidos os resultados das
entrevistas e de análise documental e os mesmos são apresentados em texto
corrido. E no último capítulo são apresentadas as conclusões finais da pesquisa
realizada. Entretanto, o processo de ensino e aprendizagem é realizado por um
triângulo didáctico, isto quer dizer, é necessário o professor, aluno e o
conteúdo. Por seu turno, este triângulo precisa de ser acompanhado para que se
possa atingir os resultados desejados, e aí entram as funções da supervisão
pedagógica, que consiste no acompanhamento do desenvolvimento do professor e no
progresso escolar dos alunos. As funções destes não devem ser confundidas com a
fiscalização, pelo contrário, deve ser encarada como uma área que esta na
escola para formar de uma forma contínua os professores e adoptar de novas
técnicas de saber ensinar para que os alunos se apropriem de conteúdos
adequados e terminar o ciclo em questão com competências desejadas e esperadas
para a classe.
Palavras-chave: supervisão pedagógica, professor,
processo de ensino e aprendizagem, aluno.
CAPÍTULO I: Introdução
1.1.Contextualização
Sabe-se que mundialmente,
actividade docente é muito importante, pois lida com situações de formação
humana. Assim sendo, esta actividade requer um acompanhamento adequado das
outras individualidades envolvidas no processo de ensino e aprendizagem.
Entretanto, o processo de monitoria
e ajuda ao professor na realização das suas actividades educativas é denominada
de supervisão pedagogia, este processo tem como objectivo ajudar o professor no
que concerne as questões pedagógicas da escola. Falar da supervisão é o mesmo
falar de habilidades e conhecimentos no campo pedagógico, que visam garantir um
bom sucesso no processo de ensino e aprendizagem.
O supervisor pedagógico é um
profissional que vela as questões educativas e pedagógicas do dia-a-dia
ajudando o professor nas suas dificuldades de aprendizagem, chamando atenção
sobre os aspectos que devem ser realizados ou não no processo pedagógico. Esta
relação entre professor e supervisor cria uma experiencia entre eles no que
concerne a formação dos educandos e esta troca de experiencia, só poderá
efectivar-se se existir um bom dialogo entre os dois profissionais.
Segundo
Gaspar, Seabra & Neves (2012), na antiguidade as
acções do supervisor estavam ligados em garantir a produtividades (eficiência)
escolar, por meio da inspecção das actividades dos professores, mas este cenário
mostra-se melhorado nos dias actuais, em que as funções do supervisor estão
ligados no apoio, acompanhamento e melhorias do processo educativo e nas
actividades docente, na actualidade ele não está para dar sanções mas para
garantir que os alunos sejam formados com qualidade, livres e cientes dos seus
direitos e deveres dentro da sociedade em que se encontram inseridos; Isto é, o
SP ajuda na preparação dos alunos para a vida em sociedade.
Moçambique
sendo um país em via de desenvolvimento, abre uma brecha que a supervisão possa
ser feita internamente nas escolas, ou seja, o Ministério da Educação
estabelece um programa de supervisão das escolas, podendo este ser feito pelas
próprias escolas (directores e professores). Mas também, pode ser feita pelos
Serviços Distritais da Educação, pelas Direcções Provinciais de Educação e
Desenvolvimento Humano e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano
(DNGGQ-MEDH, 2015).
Estas
duas últimas supervisões, não entram em contacto directo com as escolas e com
os professores, estes acompanham o desenvolvimento das escolas através dos
relatórios produzidos pelos SDEJT e das Direcções Províncias de Educação e
Desenvolvimento Humano, respectivamente, para a (ré) planificação dos programas
educativos. Enquanto as duas primeiras supervisões estão em contacto directo
com a realidade escolar dos professores e dos directores das escolas,
inteirando-se dos avanços e dos problemas que o processo educativo enfrenta e
juntos traçando estratégias para a superação dos problemas encontrados,
promovendo o desenvolvimento pessoal e profissional dos professores
(DNGGQ-MEDH, 2015).
Apesar
de estas supervisões beneficiarem o processo de ensino e aprendizagem a mais notória
é aquela realizada internamente nas escolas, ou seja, os directores ou
professores mais experientes assumem um papel de supervisor para garantir a
produtividade do processo de ensino e aprendizagem, usando dos recursos
existentes a nível da escola e da comunidade para o alcance do sucesso escolar
e o desenvolvimento profissional do professor.
1.2.Problematização
No
olhar de Marconi & Lakatos (1992), problema “esclarece a dificuldade específica
com a qual se defronta e que se pretende resolver por intermédio da pesquisa”
(p.103). Entretanto, o problema é
aquele que leva o pesquisador a entrar no campo de investigação para pode saber
o que leva com que as coisas não funcionem ou funcionem devidamente.
A partir de 2016, o MEDH estabeleceu que
as escolas devem ser supervisionadas no mínimo uma vez por ano pelos técnicos
do SDEJT, e mais de uma vez, aquelas escolas que necessitam mais apoiam, com
objectivo de acompanhar o desenvolvimento pessoal e profissional dos
professores, para que os objectivos traçados pela escola e pelo currículo sejam
alcançados (DNGGQ-MEDH, 2015).
Mas, em algumas escolas terminam o ano
lectivo sem gozaram desse privilégio, que é um direito delas, levando com que,
as escolas se beneficiem apenas da supervisão interna da escola, aquela em que
o director acompanha os seus professores ou os professores se assistem entre
si, com objectivo de promover o progresso profissional e garantir que o
processo de ensino e aprendizagem aconteça de forma planejada (DNGGQ-MEDH,
2015).
Entretanto, para além desta
supervisão, o regulamento geral do ensino secundário preconiza que os
profissionais (professores) que exercem as suas funções numa determinada escola
secundária têm o direito de serem a assistidos pelos directores da escola
(director da escola e director adjunto da escola) de forma a acompanhar o
desenvolvimento pessoal e profissional dos professores, eles têm o direito de
serem apoiados com material didáctico e metodologias necessários para a
realização das suas actividades (Regulamento do Ensino Secundário Geral).
Também, eles têm o dever de aplicar
as suas iniciativas que venha desenvolver o processo de ensino e aprendizagem
nas escolas em que desempenham as suas funções de docência. A falta da prática
desta actividade nas escolas pode ser uma das causas de insucesso escolar dos
alunos.
Tendo em conta que cabe a
supervisão pedagógica monitorar as funções do professor e orientar o mesmo de
forma pedagógica, de maneira a identificar as lacunas e as necessidades para o
desenvolvimento profissional, pessoal e na criação das melhores condições de
aprendizagem do aluno, surgem a seguinte questão norteadora do estudo:
Ø Quais são as implicações da supervisão pedagógica no
processo de ensino e aprendizagem?
1.3.Justificativa
Na justificação, o pesquisador esclarece
as razões que levam a realizar a pesquisa, essas razões podem ser pessoais,
sociais, profissional, académicos, entre outras.
Daí que o autor, interessou-se pela área
de apoio ao professor, querendo se inteirar mais sobre a temática, o autor
formulou o tema das implicações da supervisão pedagógica no processo de ensino
e aprendizagem, com objectivo de verificar quais são os resultados obtidos com
a realização da supervisão pedagógica no interior das escolas. Uma vez que, a
supervisão pedagógica desempenha esta função de acompanhamento do processo para
garantir que os professores e os alunos se beneficiem de instrumentos e
matérias adequados durante o processo de ensino e aprendizagem.
Este trabalho tem uma relevância académica porque
poderá servir de um documento de apoio aos outros para as futuras pesquisas,
pois, o trabalho foi elaborado na base dos dados empíricos com subsídio da
revisão bibliográfica feita para a credibilização dos resultados colhidos.
Ainda apresenta uma relevância profissional, uma vez
que poderá auxiliar a sociedades académica na compreensão das directrizes da
supervisão pedagógica nas escolas, em especial a forma de realização das
assistências às aulas.
1.4.Objectivos
Os objectivos descrevem os pontos que o pesquisador
pretende atingir na sua pesquisa, para Marconi &
Lakatos (1992) toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para saber o que
se vai procurar e o que se pretende alcançar. Os objectivos podem ser
classificados em gerais ou específicos.
1.4.1. Objectivo geral
Objectivos
gerais, estão geralmente, ligado a uma visão global do tema (Martins, el al.2017). Normalmente tem sido um único objectivo, uma vez
que esta vai falar de uma forma global o que se pretende atingir na pesquisa.
Esta pesquisa tem como objectivo
geral:
ü Compreender as implicações da supervisão pedagógica no processo de ensino e aprendizagem
numa Escola X.
1.4.2.
Objectivos
específicos
Segundo Martins, et al. (2017), referem-se aos resultados que se pretende
alcançar de forma mais específica. Estes objectivos permitem atingir o
objectivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares.
A presente pesquisa tem como
objectivos específicos os seguintes:
ü Identificar o tipo de supervisão
pedagógica realizada na Escola em estudo.
ü Descrever como são feitas as
actividades da supervisão pedagógica na Escola em estudo.
ü Demonstrar os resultados das
actividades da supervisão pedagógica na prática docente e no desempenho escolar
dos alunos.
1.5.Questões de investigação
1.
Que tipo de supervisão pedagógica é
realizado na Escola X?
2.
Como são feitas as actividades de
supervisão pedagógica na Escola em estudo?
3.
Que resultados são apresentados com
actividade de supervisão pedagógica na prática docente e no desempenho escolar
dos alunos?
1.6.Delimitação do
tema
Na
delimitação do tema descrevesse o local e o período em que a pesquisa decorreu,
isso permite com que o autor saiba explorar as suas informações durante desse
circo estabelecido.
Partindo desse conceito, a pesquisa foi
realizada na província de Niassa, no distrito de Cuamba, numa Escola X, no período de 2018-2020.
A supervisão aqui referenciada é a quê os autores
chamam de supervisão clínica entre pares, ou seja, é aquela supervisão
conduzida a nível da escola, realizada entre professores e pelos directores das
escolas, para averiguar o desempenho profissional dos professores como uma forma
de garantir que os alunos e os professores se beneficiem de matérias didácticos
apropriados no processo de ensino e aprendizagem para o alcance dos objectivos
curriculares e da escola.
1.7.Estrutura do trabalho
O trabalho está dividido em cinco
capítulos: no primeiro capítulo tem a introdução, a contextualização,
delimitação do tema, problematização, os objectivos da investigação, questões
de investigação, justificativa e descrição da estrutura do trabalho.
Segundo capítulo que é a
fundamentação teórica, neste capítulo o autor traz um confronto entre os
autores referente ao tema em estudo, apresentando os principais conceitos sobre
o tema. Terceiro capítulo é referente a metodologia, neste capítulo são apresentadas
as metodologias usadas para a realização deste trabalho.
Quarto capítulo, aborda sobre
apresentação e discussão dos resultados, onde se faz alusão dos dados colhidos
no terreno e confortados pelas teorias já existentes. Quinto e o último é a
conclusão, onde são apresentadas as principais ideias sobre o estudo, isto é,
as considerações finais sobre a pesquisa.
CAPÍTULO II: Revisão da literatura
Neste capítulo, são apresentadas as
discussões de vários autores sobre os principais conceitos da supervisão pedagógica.
Estas contribuições dos autores fazem parte do marco teórico do presente
trabalho.
A
revisão da literatura é a parte do trabalho que são apresentadas as ideias dos
outros autores já publicados, que tenham relação com o tema que o pesquisador
esta a estudar. É a apresentação da literatura básica, com os possíveis itens
sobre o assunto pesquisado. Segundo Martins,
et al. (2017), a revisão de literatura faz especificação detalhada e
criticamente articulada sobre todos os pontos chaves das perguntas que a
pesquisa pretende responder, os quais fornecerão subsídios necessários para as
discussões e conclusão do estudo.
2.1. Conceito Supervisão
O conceito de supervisão vem sendo
incorporado em diversas áreas e instituições, com intuito de fiscalizar e
apoiar os funcionários que nele trabalham. Todavia, a palavra é de origem
latina, a supervisão vem da união de dois vocábulos que são super (que significa
sobre) + visio (que se traduz em visão), unindo estes dois vocabulários
literalmente teríamos os seguintes conceitos, acção de ver sobre, visão sobre,
visão abrangente. Neste caso, poderíamos definir a supervisão como sendo uma
visão ampla que um indivíduo tem sobre uma determinada área ou tarefa.
Alarcão & Canha (2013), olham a
supervisão sob dois pontos, o primeiro a supervisão com aspectos formativos,
que tem como objectivo estimular o desenvolvimento e aprendizagem das pessoas e
das instituições, o segundo ponto a supervisão com aspectos inspectivo e
fiscalizador, em que os seus objectivos residem no controlo das actividades,
podendo neste caso assumir uma natureza preventiva ou punitiva.
Stones
(1984, cit. em Gaspar, et al, 2012), conceitua a supervisão
como uma reflexão sobre as actividades realizadas dentro da escola, que de
certa forma afectam o processo de ensino e aprendizagem, neste contexto, as funções
da supervisão estão alicerçadas na previsão dos acontecimentos que podem
contribuir no crescimento da instituição escolar, as acções desta, visam
melhorar cada vez mais a imagem da escola, recorrendo as condições existentes
na própria instituição.
O conceito
apresentado pelo autor, diz respeito a supervisão formativa apresentado pelo
Alarcão & Canha, em que enfatiza o carácter de apoio e acompanhamento aos
funcionários que realizam uma determinada tarefa, com objectivo de lhes ajudar
no seu desenvolvimento pessoal e profissional, para que a tarefa realizada seja
terminada com sucesso e que os objectivos da mesma sejam atingidos por todos.
Segundo Alarcão & Canha (2013), supervisão
é um processo de acompanhamento de uma actividade das pessoas que a fazem, agindo
como facilitador na execução da actividade, de maneira que as pessoas que
afazem e os beneficiários estejam satisfatórios com o resultado do trabalho.
Por esta
razão, um supervisor deve ter um conhecimento teórico e prático da área em
supervisão para poder ajudar os outros profissionais na realização das suas
actividades. A supervisão tem uma complexa função em diversas áreas, olhando
para a sua evolução, no início, o conceito estava associado a questões de inspecção,
de fiscalizar as funções administrativas das instituições e empresas, para
garantir a eficiência das actividades prestadas pelos funcionários, mas hoje,
ela é vista como sendo uma área de apoio e ajuda ao profissional para o alcance
das metas traçadas pela instituição.
2.2. Supervisão pedagógica
A
supervisão pode ser aplicada a várias instituições, podendo ela ser supervisão
económica, supervisão fiscal, entre outras denominações dependendo do lugar em
que esta função for aplicada. E a área educacional não foge da regra, adopta a
supervisão para garantir a eficiência da acção pedagógica, pós, a supervisão
pedagógica é uma acção virada para processo de apoio e acompanhamento das
actividades educativas.
Na visão de
Alves (2013), o surgimento da supervisão pedagógica nas escolas visa dinamizar
de várias maneiras o trabalho colaborativo entre os envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem. Neste caso, a supervisão pedagógica assume um papel de
organização social da escola e de prevenção das várias circunstâncias
indesejáveis no processo educativo.
Este é um
processo contínuo de acessoramento do processo de ensino e aprendizagem, e é uma
actividade que auxilia a escola a pensar cada vez mais na melhoria das suas
práticas educativas. Por isso que, é um processo em que um professor mais
experiente e com conhecimentos pedagógicos, norteia um novo professor no seu
desenvolvimento pessoal e profissional (Novele, 2016).
Podemos ainda definir a supervisão
pedagógica de acordo com Simbine (2009, cit. em Novele 2016), como:
Uma actividade de
verificação superior das actividades pedagógicas dos escalões inferiores com o
objectivo de verificar, acompanhar, avaliar e apoiar a implementação do
processo educativo, inteirando-se dos avanços, problemas ou irregularidades
que, durante o período lectivo, possam estar a ocorrer numa instituição ligada
ao ensino (p.12).
Todavia, a
supervisão é um processo que deve ser vista como uma acção de dinamizar o
processo de ensino e aprendizagem por meio de apoio, colaboração e coordenação
das actividades realizadas dentro da escola e de todos os envolvidos no
processo educativo.
A
supervisão pedagógica tem como objectivo primordial ensinar o professor a
ensinar, só assim é que os objectivos curriculares e escolares serão
alcançados, uma vez que este é que lhe dá com a realidade em sala de aulas, ele
é a ponte entre os conteúdos, instrumentos e o aluno.
O
supervisor tem como principal objectivo o desenvolvimento do professor,
especificamente, ensinar o professor a ensinar, durante esse processos de interacção
entre o supervisor e o professor, existe uma aprendizagem mutou, isto é, o
professor aprender com o supervisor e o supervisor com o professor, por isso, enfatiza-se
a boa colaboração entre os dois, importa frisar também que, “o desenvolvimento
profissional do professor tem por objectivo a aprendizagem e o desenvolvimento
dos alunos”, (Alarcão, 1996, p.93), pós, se o professor saber ensinar então os
alunos beneficiar-se-ão de boas metodologias e de um ensino de qualidade.
Para Novele
(2016), “a supervisão escolar representa a actividade levada a cabo pela
própria escola como forma de aferir o nível de desempenho do professor no
exercício das suas actividades” (p.12), o autor vai mais longe chamando atenção
que esta actividade não pode ser confundida com fiscalização, de penalização,
mas sim, de identificar as lacunas que afectam o PEA e posteriormente traçar
estratégias para a superação das lacunas identificadas.
A
supervisão pedagógica apresenta quatro características nomeadamente: carácter
Cooperativa, integrador, científica e prático. Como afirma Giancaterino (2015,
cit. em Assique, 2015), as particulares
da SP dependem na grande parte do lugar em que se encontra a própria escola
(contexto), entretanto, os supervisores pedagógicos devem supervisionar as
aulas consoante as condições existentes em cada situação, não podem exigir
coisas que a própria escola não tem. A boa supervisão pedagógica ou escolar é
aquela que respeita procedimentos objectivos e previamente definidos, procura
indicar conteúdos e finalidades da sua acção.
Neste
contexto, o desafio da educação na actualidade é de formar um professor cada
vez mais responsável e reflexivo das suas actividades, por isso que se tem
realizado várias capacitações, com vista acompanhar a carreira e actualizar o
professor dos desafios da educação. Por essa razão, o Ministério da Educação
incentiva a supervisão pedagógica a nível da escola, para garantir que os
professores se beneficiem de instrumentos apropriados para PEA.
Na visão mais moderna encontramos os pensamentos de
Gaspar, et al (2012), que enfatizam a supervisão numa formação do
professor reflexivo dentro da escola, com um espírito de colaboração com os
seus colegas, neste caso, um professor que cada vez mais pensa nas suas
práticas educativas, rumo ao desenvolvimento profissional e de autonomia
docente. Importa frisar que, estamos diante de uma supervisão interpares, uma
supervisão que os professores se assistem, com objectivo de impulsionar as
capacidades profissionais do seu colega.
Na
mesma esteira de pensamento encontramos Alarcão (1996), que sintetiza a
supervisão interpar, ou seja, supervisão horizontal deve cultivar um espírito
pessoal e colectivo, para que isso acontece é necessário que os professores
deixem de trabalhar sozinhos e passarem a partilhar em as suas dificuldades com
os outros profissionais para suprir as lacunas. Entretanto, nos debates
colectivos e de partilham devem levantar-se questões relacionadas com aspectos
históricos, intelectuais e morais do profissionalismo docente no meio
educativo.
Neste
caso, quando tivermos esse tipo de professores que se preocupam com a imagem da
escola e do bem colectivo, estaremos a promover a escola reflexiva, que segundo
Formosinho (2002), a escola reflexiva é aquela que pensa cada vez mais em si
próprio, focando-se no seu objectivo com a sociedade e na sua reinvenção a
caminho a qualidade educativa, que é um dos pontos mais destacados na
contemporaneidade.
Este
tipo de escola, conhece as suas necessidades e trabalha em prol do
desenvolvimento profissional de todos os professores e promove as mudanças
educativas, olhando no seu presente e projectando o seu futuro.
Bem
como, os professores dessa escola colocam sempre a missão e visão da escola ao
serviço dos alunos e da comunidade em geral, trabalham no sentido de satisfazer
as exigências da sociedade, uma vez que a escola está na comunidade e a
comunidade está para o serviço da escola. Um professor reflexivo é aquele que
não se limita apenas com instrumentos programáticos do currículo, mas sim, que
articula os programas curriculares a realidade da escola, com a intenção de
levar os seus alunos ao sucesso escolar.
Da
mesma forma Alarcão & Canha (2013), convocam a supervisão na matriz
horizontal, que pode “assume contornos nítidos de prática eminentemente
colaborativa, ao ser exercida pelos membros do grupo enquanto pares que dividem
entre si equitativamente a responsabilidade na condução desta actividade
supervisiva” (p.55).
2.2.1. Funções da supervisão pedagógica
As funções
da supervisão devem estar engajadas na correcção e na prevenção dos problemas
enfrentados no processo de ensino e aprendizagem. “A supervisão tem sido
pensada sobretudo em relação ao professor e à sua interacção pedagógica em sala
de aulas” (Formosinho, 2002, p.231). As funções da supervisão pedagógica devem
estar em consonância com o objectivo principal desta prática que é o
melhoramento do processo pedagógico, buscando sempre a qualidade do processo
educativo.
Formosinho (2002) descreve dois níveis os
quais as actividades de supervisão devem incidir:
1.
A formação e o
desenvolvimento profissional dos agentes de educação e a sua influência no
desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos,
2. O desenvolvimento e a aprendizagem organizacionais e a
sua influência na qualidade da vida das escolas.
Noutras
palavras, a supervisão dentro da escola deve estar conotada com o desenvolvimento
do processo educativo e da escola em geral, as funções da supervisão pedagógica
devem acompanhar o desenvolvimento de todos que nele prestam os seus serviços,
no caso dos professores, alunos e outros que as funções estejam ligadas ao processo
de ensino e aprendizagem.
Das funções
que um supervisor pedagógico deve executar estão as seguintes:
1. Promover debates sobre a elaboração e execução do
Projecto Político Pedagógico, baseado na realidade escolar;
2. Assistir ao corpo docente, incentivando-o na
elaboração dos planos de aula, na escolha dos livros didácticos e nos projectos
educacionais;
3. Promover o aperfeiçoamento do corpo docente e dos
profissionais envolvidos no processo ensino e aprendizagem;
4. Participar da execução das actividades inerentes aos
planos de trabalho da escola;
5. Promover reuniões e debates que se façam necessários
durante todo o processo educacional;
6. Divulgar métodos e técnicas de trabalho;
7. Verificar o aproveitamento escolar dos educandos e
incentivar possíveis planos de recuperação;
8. Avaliar constantemente todo o processo educacional,
verificando os erros e buscando soluções com a equipe envolvida no processo;
9.
Promover o
inter-relacionamento de todos os profissionais da escola e Elaborar o
calendário escolar (Mosqueira, 2017).
Para Alarcão (2001, cit. em Mosqueira, 2017, p.39), a
principal função do supervisor é de emancipar os professores a trabalharem de
uma forma conjunta e colaborativa, como colegas, numa atitude de amor e empatia
e transformadora do processo de ensino e aprendizagem.
Para a realização destas funções o supervisor deve ser
uma pessoa a qual sabe relacionar-se com os seus colegas de trabalho e toda
equipe envolvido no processo de ensino e aprendizagem, na perspectiva de Alves
(2013), a tarefa de supervisão, exige-se um supervisor consciente das suas
acções de orientar os colegas da profissão, o trabalho do supervisor não é de
chefiar durante o processo, mas sim de coordenar e ajudar o seu parceiro a
alcançar o sucesso da carreira. Ele deve estar ciente que não comanda os seus
colegas, mas aconselha e estimula na reinvenção das suas práticas pedagógicas,
as acções do supervisor devem influenciar de uma forma positiva na carreira do
supervisionado.
Na verdade, a acção educativa é uma actividade
realizado por várias individualidades e o sucesso escolar dos alunos depende de
todos que fazem parte da comunidade educativa, portanto, são vários factores
que influenciam a aprendizagem do ser humano, no entanto, “a supervisão
pedagógica deve ser encarada como um conjunto de conhecimentos ligados e
organizados que procuram encontrar estilos e definir estratégias para tornar os
conhecimentos acessíveis ao aluno, sempre olhando para cada contexto de
aplicação” (Gaspar et. al., 2012,
p. 35).
O supervisor
deve ser uma pessoa que domina as questões pedagógicas, isto é, que possua uma
boa cultura geral, uma formação no domínio das ciências da educação, didáctica,
com formação psicopedagogica ou no âmbito das metodologias de ensino e das
respectivas tecnologias e que tenha desenvolvido um certo conhecimento que lhe
permitirá ensinar os outros.
2.2.2.
Tipos de supervisão pedagógica
São várias
formas de fazer a supervisão dentro da escola, mas todos esses tipos de
supervisão ou cenários tem como objectivo estimular as actividades do professor
e adoptar ao professor de competências suficientes para as actividades
pedagógicas, rumo ao sucesso escolar dos alunos e da qualidade de ensino da
própria escolar, como reafirma Alves (2013),
os tipos de supervisão existentes, visa demonstrar vários contexto de aplicação
do acompanhamento, mas as acções de todas as modalidades de supervisão tem uma
relação entre si, que é de monitorar e assessorar o processo educativo.
Estes
modelos ou tipologias de supervisão pedagógica podem ser, de acordo com Alarcão
e Tavares (2003, cit. em Novele, 2016),
o modelo clássico, comportamental ∕ behaviorista e humanista clínico.
2.2.2.1.Supervisão clássica
Este tipo
de supervisão, tem um carácter obrigatório e trata os problemas como se todos
fossem genéricos para todos, segundo Teles (1976, cit. em Greia, 2013), é uma actividade que se espelha nas funções de inspecção
pura, isto é, se preocupa na fiscalização dos trabalhos do professor e da escola
em seu sentido geral. Quanto a realização deste tipo de supervisão é repentina,
os professores não são antecipados a realização desta supervisão, os
supervisores agem como sendo os conhecedores das práticas e não há o que
questionar, o trabalho deles se resume na fiscalização e no julgamento das actividades.
Esta forma
de supervisão pode ser entendida como sendo uma supervisão inspectiva, a sua
forma de actuação é autoritária, as questões não são tratadas de uma forma
individual e os professores não tem escolha, eles são obrigados a participar
desta supervisão. Importa destacar que, os autores não negam a importância
deste tipo de supervisão para o professor, visto que toda supervisão tem o
objectivo de resolver um determinado problema detectado e prevenir dos futuros
problemas que possam advir, mas o que torna ineficaz esta supervisão é a forma
como resolve o problema.
Este tipo
de supervisão é realizado de uma forma repentina, o que pode deixar professor
confuso e desorientado, uma vez que não foi notificado da supervisão, e isso
pode influenciar negativamente na avaliação do mesmo e desse jeito os problemas
podem ser resolvidos de uma forma inconsistente, uma vez que podem não estar
reunidos todas as evidencia do porque do problema.
Como disse outrora,
os problemas não podem ser tratados como se todos pudessem manifestar-se do
mesmo jeito diante do mesmo problema. Olhando que estamos num processo de
ensino a aprendizagem e o ritmo de aprendizagem dos alunos é diferente e a
forma de trabalhar os professores em mesma sala de aula é diferente, os problemas
não podem ser resolvidos de uma forma genérica para todos, deve-se estudar cada
caso de uma forma isolada e arranjar soluções para cada situação.
2.2.2.2.Supervisão comportamental ∕ behaviorista
Como o
próprio nome diz, o objectivo desta supervisão é observar o comportamento do
professor durante o processo de leccionação. Este tipo de supervisão baseia-se
na análise de comportamentos apresentados pelo professor em sala de aulas, ou
seja, o supervisor foca-se num determinado comportamento estabelecido e vai
acompanhar o supervisionado se segue esse comportamento pré-estabelecido na sua
sala de aulas (Greia, 2013, p.24). No entanto, esse tipo de
supervisão pedagógica dá mais credibilidade como o ensino deveria ser
realizado, o que mais importa para este modelo são as técnicas e as
metodologias a serem usadas em sala de aulas, ignora o contexto em que esta
aula está a decorrer.
Todavia,
este tipo de modelo torna-se ineficaz para o desenvolvimento profissional do
professor e da aprendizagem do aluno, olhando que este modelo se limita na
imitação do acto de ensinar do professor, desrespeitando o contexto de ensino
ou de como o aluno esta aprendendo, como nos escreve Fermanian (2016), “neste modelo é utilizada a
observação em sala de aula ou contexto escolar partícula como principal fonte
de feedback no reforço de um
modelo de ensino específico e predeterminado identificado como desejável”
(p.24).
A
realização da supervisão não deve ser feita com imitações de um modelo benéfico
para certos contextos, a realização de uma supervisão pedagógica deve olhar
para o contexto em que á acção esta acontecer, mas neste tipo de supervisão, os supervisores se importam com as metodologias
e não com o conteúdo a ser ensinado, o que torna esta supervisão tecnicista.
Essa forma de supervisão não se importa com o contexto em que o processo de
ensino e aprendizagem ocorre, ignora as situações reais do ensino, levando
apenas em consideração a eficiência do professor nesse processo.
2.2.2.3.Supervisão humanista ∕ clínica
Esta
supervisão diferente das duas acima citadas, esta valoriza o processo de ensino
e aprendizagem, o professor é mentor do processo e o supervisor vêm para
acompanhar e apoiar o mesmo nas suas actividades. Para Garman (1982, cit. em
Alves, 2013), a supervisão clínica põe mais ênfase o ensino de qualidade, o seu
objectivo é a boa interacção entre professor e supervisor, baseando-se num critério
de confiança e de uso prático.
Sustentam Alarcão
& Tavares (2003, cit. em Greia, 2013), este processo se resume no
trabalho conjunto e uma relação de amor pelo que se faz, o professor e o
supervisor devem trabalhar juntos e mantendo um ambiente de diálogo e de
partilha. Este tipo de supervisão implica uma tarefa contínua para a
consolidação da praxis educativas aprendidas na assistência da supervisão,
implica também, a (ré) planificação conjunta depois da supervisão para
alicerçar as recomendações aprendidas.
Este tipo
de supervisão os autores acima mensurados, entendem ser completo, visto que
acompanha todo processo desde o início até ao fim do mesmo, isto é, ele faz uma
pré-observação do processo, portanto, antes do acompanhamento, o supervisor se
reuni com o professor, para deixar ciente ao professor de que as suas
actividades serão assistidas, o segundo passo é a observação em sala de aulas, durante
o processo de leccionação.
O terceiro
passo, o supervisor analisa como decorreu o processo e regista os avanços e as
dificuldades encontradas durante o processo de ensino e aprendizagem, o quarto
passo é o encontro com o professor, dizendo as atitudes positivas e negativas
que ocorreram durante o processo de ensino e aprendizagem e juntos traçam
estratégias para o bom funcionamento do processo pedagógico, e por fim, o
supervisor elabora acta do processo de supervisão e anexa em arquivos individualizados
de cada professor supervisionado.
Pela
abrangência desse tipo de supervisão, Formosinho (2002), descreve as seguintes
vantagens dessa supervisão pedagógica, ela:
a) Desenvolve o professor em todos os níveis e todos que
estão envolvidos no PEA;
b) Procura solucionar os problemas encontrados de forma
colectiva e cooperativa;
c) Motiva os professores nas práticas reflexivas e
prepara o mesmo a se tornar um profissional autónomo;
d) Prepara o professor para as situações futuras e com
uma visão mais aberta sobre o processo de ensino e aprendizagem; e
Esta forma
de supervisão é a que se referencia neste trabalho, aquela em que o objectivo é
estimular o interesse de ensinar do professor e este a vontade de aprender do
aluno. Em outras palavras, os professores entre si se acompanham e se apoiam
nas suas actuações pedagógicas e juntos encontram soluções para os problemas
encontrados, promovendo-se a liderança dos responsáveis do processo educativo. Os
professores também, podem se Auto supervisionar, criando assim um ambiente
reflexivo na escola.
Segundo Bizarro
& Moreira (2010), “qualquer modelo de supervisão pedagógica supõe explícita
ou implicitamente, uma determinada visão da educação e da pedagogia escolar, na
medida em que a actividade de supervisão pedagógica é indissociável da
actividade de ensino, particularmente nos casos de Auto supervisão” (p.92).
Na verdade,
os tipos da supervisão pedagógica estão intimamente ligados com o processo de
ensino e aprendizagem, apenas cada um tem um determinado foco na sua realização,
outros actuam como supervisão formativa e as outras como supervisão inspectiva,
mas não se pode negar que independentemente do tipo de supervisão que for a ser
realizada visa a correcção e a prevenção dos problemas que estejam ou que
possam afectar o sistema educativo.
2.2.3.
Importância da supervisão pedagógica
Para a
supervisão pedagógica, como actividade desenvolvida no âmbito educacional, a
sua importância reside no facto de ser uma actividade que se realiza com o fito
de identificar as possíveis falhas na aprendizagem. Para daí apontar caminhos
para a sua melhoria.
Segundo
Novele (2016), A supervisão escolar é importante na medida em que é responsável
pela análise e orientação de diversas actividades pedagógicas. Também é
importante na adopção de estilos de liderança que sejam eficientes e eficazes.
Por outro lado, a supervisão pedagógica é importante porque é ela que
identifica as necessidades de desenvolvimento, quanto pessoal e quanto
profissional.
Entretanto,
a supervisão pedagógica visa facilitar a colaboração de todos os profissionais,
com esta prática, os professores trabalham de uma forma colectiva focando-se na
satisfação de todos envolvidos no processo educativo. É a supervisão pedagógica
que tem de identificar todos os factores de insucesso escolar e definir de
forma clara quais os mecanismos a adoptar de forma a inverter a situação.
A
supervisão pedagógica torna-se importante na escola, uma vez que “contribuir na
transformação pessoal e social que é a escola. Irá sustentar actividades
voltadas para o desenvolvimento contínuo da escola e dos padrões de qualidade
que confere à escola o seu êxito” (Fermanian, 2016, p.29). Uma supervisão escolar que envolve o
professor mostra-se responsável e consequente, na medida em que inclui na sua
acção o elemento chave no processo de ensino e aprendizagem.
É
sabido que, o professor é a ponte entre o aluno e o saber. O aluno precisa do
professor para alcançar o saber, tendo em conta que este é que decifra para
melhor captação pelo aluno. O seu envolvimento na supervisão escolar é uma
mais-valia, pois permitirá que este recicle os seus métodos de ensino devido ao
aviso que terá do supervisor sobre quais as falhas que ele esteja a cometer.
2.3.
Processo de ensino e aprendizagem
A palavra ensino é de origem latina
signare, que significa introduzir ou gravar no aluno um determinado
conhecimento, mas essa visão torna-se tradicional, visto que as crianças são
consideradas tábua rasa e são instruídas a reproduzir o conhecimento quando questionada,
o professor é o “sabe tudo”. Separando-se desse conhecimento tradicional, temos
o conceito apresentado pela Escola Nova, que o ensino é uma actividade pelo
qual uma pessoa cria condições para aprendizagem de um indivíduo, o professor
age como sendo mediador e orientador do processo de aprendizagem do aluno
(Pilette, 2004).
Na perspectiva de Libânio (1994) “o
ensino tem como função principal assegurar o processo de transmissão e
assimilação dos conteúdos do saber escolar e, através desse processo, o
desenvolvimento das capacidades cognitivas do aluno” (p.80). Neste contexto, o
ensino é um processo programado, isto é, uma forma pelo qual se espera alcançar
um determinado objectivo, e para o alcance desse objectivo é necessário que
sejam traçadas estratégias de uma forma sequenciada para que o aluno aprenda as
coisas em consideração a sua faixa etária.
O autor vai mais longe descrevendo
as funções do ensino, como sendo a de, ajudar os alunos a conhecerem suas
possibilidades de aprender, dirigir e controlar actividade docente para os
objectivos da aprendizagem e organizar os conteúdos (Libâneo, 2013). Com esta
senda de ideia fica caro que, estas funções são desenvolvidas pelo professor,
nestas funções excluísse totalmente as concepções de transmitir o conhecimento
como vinha sendo feito na educação tradicional.
Porém,
quando essa acção acontece de ensinar, espera-se que o sujeito ensinado
modifique a sua visão a respeito do mundo, ou seja, que apresente um
comportamento diferente comparado com qual tinha anteriormente e isso chama-se
aprendizagem. Nesta visão, aprendizagem é definida por Spense (1956, cit. em Assique, 2015) como uma “mudança de
comportamento que um indivíduo apresenta, resultante de experiências sucessivas
adquiridas ao longo da vida” (p.28), acrescenta Schmitz (s∕d, cit. em Pilette,
2004), aprendizagem é “um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos
consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir”
(p.31).
Este,
é um processo qualitativo do indivíduo, os conhecimentos adquiridos não são
medidos pela sociedade ou pelos indivíduos, mas sim, são demonstrados pela
mudança de atitudes, a aprendizagem visa a transformação do intelecto do
sujeito que se beneficiou de um determinado ensino e a qual fica preparado para
novas aprendizagens. Na verdade, não existe uma forma uniforme do indivíduo
aprender, o indivíduo aprende através do meio social a qual se relaciona
coadjuvado pelos seus órgãos de sentido.
Libâneo
(2013), apresenta as características da aprendizagem: essa é uma actividade
planejada; ela é o resultado do processo de ensino, durante o processo de
ensino deverá existir uma relação afectiva entre o professor e o aluno; os
conteúdos devem ser organizados de uma forma sequenciada para que o aluno
aprenda consoante o seu nível de escolaridade, a criança aprende àquilo que
seja benéfico para si e para a sociedade a qual se encontra inserido; e por fim
é um processo bilateral (aluno e professor).
Assim como ensino como aprendizagem são duas
faces da mesma moeda, são dois processos com conceitos interligados, pós espera-se
que, se existir o ensino, como resultado espera-se uma mudança de comportamento
do sujeito aprendente. Por isso, que são necessárias algumas condições para que
esse PEA aconteça de uma forma efectiva.
Libâneo
(2013) & Piletti (2004), chamam atenção as escolas que elas sejam organizadas
na área pedagógica, que apresentem uma gestão escolar flexível para lhe darem
com questões do PEA, que as salas de aulas (turmas) sejam equipadas com
matérias didácticos e que tenha uma equipa de professores capacitados para
ensinarem aos seus alunos com princípios morais, sociais e científicos.
Todavia, o processo de ensino e aprendizagem é acção contínua, isso é,
acompanha o indivíduo durante toda a sua vida.
2.4.
Relação entre a Supervisão Pedagógica e o Processo Ensino e
Aprendizagem
Existe
uma forte relação a SP e o PEA, entretanto o PEA é realizado com base na interacção
entre o professor e o aluno em sala de aulas, e o supervisor tem a função de
apoiar o professor no seu processo de leccionação, ou seja, ensina o professor
a ensinar, ajudando a escolher os melhores métodos de ensino de modo que os
conteúdos sejam assimilados pelo aluno da melhor forma possível.
Todos
os envolvidos no PEA, precisam de um apoio para o alcance dos objectivos
traçados no processo educativo, assim, o professor e o aluno são duais
individualidades que fazem acontecer o PEA dentro da sala de aulas e ambos
precisam de apoio e monitoria nesse processo, para garantir o sucesso escolar deles
e a melhoria das estratégias de ensino dos professores e como resultado reduzir
o índice de baixo aproveitamento pedagógico (Greia, 2013).
Fermanian (2016), olham mais a
supervisão como uma área impulsionador do sucesso escolar, “o trabalho da
supervisão vai estar, portanto, ligado aos objectivos que a escola têm para
concretizar o sucesso escolar” (p.29), o PEA deve ser monitorado pelas pessoas
que estão em frente da área pedagógica, a boa supervisão pode levar ao
professor a ser reflexivo das suas práticas educativas no quotidiano e assim
estimular a vontade de aprender dos seus alunos e desta forma elevar-se a
qualidade educativa da própria escola como um todo.
Ponte
(1999, cit. em Greia, 2013) diz que, os professores devem
conhecer e dominar as matérias que leccionam, por que a supervisão se encarrega
na execução das políticas pedagógicas e o bom funcionamento da escola em geral.
O
desenvolvimento da criança na escola não depende apenas do professor, mas sim
do esforço coordenado de todos os envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem, a missão do supervisor deve ser acompanhar o desenvolvimento de
todo o processo de ensino e aprendizagem, anotando os avanços e os fracassos do
PEA e traçar estratégias para que os professores e os alunos atinjam os
objectivos pretendidos.
CAPÍTULO III: Desenho Metodológico
Toda
pesquisa antes de ser desenvolvida é necessário que o pesquisador trace
estratégias a serem seguidas na hora da pesquisa, entretanto, Laville (1999,
cit. Reis & Frota, s∕d) diz que, a metodologia “representa mais do que uma
descrição formal dos métodos e técnicas e indica a leitura operacional que o
pesquisador fez do quadro teórico”. A metodologia pode ser escolhida com base a
abordagem, tipos de pesquisa, técnicas e instrumentos de recolha de dados, e
por fim, técnicas de análise e interpretação de dados.
3.1. Tipo de estudo quanto ao modo de abordagem
O
estudo quanto a abordagem são a chave de toda e qualquer tipo de pesquisa, esta
é uma metodologia orientadora de toda e qualquer pesquisa, pois a boa definição
deste tipo de estudo permite deixar claro se os objectivos da pesquisa serão
alcançados ou não. Estas abordagens podem ser qualitativas, quantitativa ou
mista. Por isso o pesquisador deve saber escolher esta abordagem para responder
os seus objectivos e a pesquisa de partida. Portanto para este estudo com no
campo educacional optou pela pesquisa qualitativa.
3.1.1. Estudo qualitativo
Apresente
pesquisa seguiu o estudo qualitativa, segundo Vilelas (2009), a investigação
qualitativa é um estudo que se centra na forma como as pessoas explicam e dão
sentido às suas vivencias do quotidiano e ao mundo em que pertencem. A pesquisa qualitativa “se fundamenta
principalmente em análises qualitativas, caracterizando-se, em princípio, pela
não utilização de instrumentos estatísticos na análise dos dados. Esse tipo de
análise tem por base conhecimentos teórico-empíricos que permitem atribuir-lhe
cientificidade” (Vieira, 1996, cit, em Zanella, 2013, p.35).
Neste
tipo de pesquisa, o pesquisador conhece a realidade com base nos dados obtidos
pelo público-alvo, este tipo de estudo se importa com a qualidade da
informação, aqui, o pesquisador desenvolve o tema com base no conhecimento
empírico do campo em actuação e fundamenta-se com as teorias já existentes para
desenvolver um novo saber.
Para
esta pesquisa, o autor pude se inteirar com os participantes que puderam
expressar as suas experiências no processo de ensino e de aprendizagem e com a prática
da supervisão pedagógica naquela escola. Os resultados fornecidos pelos
participantes foram analisados e comparados com as teorias existentes sobre a
temática. Também importa destacar que, o autor acompanhou o levantamento dos
dados no terreno, ou seja, o autor se interagiu directamente com o público-alvo
onde pode colher as informações e trabalhar com base na realidade escolar. O
processo de colecta de dados foi acompanhado com a fase da análise e
interpretação dos resultados.
3.2. Quanto a lógica da investigação
A
pesquisa deve deixar claro o tipo de lógica a ser usada no estudo, mas este
normalmente é definida pela abordagem e o campo alvo da pesquisa. Pois existem
resultados que podem partir do particular para o geral e outros do geral para o
particular, estes tipos de estudos orientam o pesquisador quanto no tratamento
dos seus resultados. Esta pesquisa convida uma lógica indutiva nas suas
abordagens.
3.2.1. Método
indutivo
O
método indutivo é aquele que as suas conclusões partem do particular para o
geral, beneficiando-se das técnicas de entrevista e de observação nos
participantes. “A indução é um procedimento no qual, a partir de factos
singulares, se passa para prospecções gerais” (Ramos e Naranjo 2014, cit. em
Ruas, 2017, p.106).
Esta
pesquisa observou esta metodologia porque, não abrangeu todos os professores da
escola, mas sim, apenas foram seleccionados alguns professores que serviram de
participantes para esta pesquisa e as declarações feitas por eles, se pode
compreender de uma forma genérica o nível de realização da actividade de
supervisão na escola. A entrevista foi direccionada para uma parte do universo,
isso é, os participantes da pesquisa e, as abordagens desses serviram de base
para a construção de uma conclusão geral sobre a realização da SP na escola em
estudo.
3.3. Tipo de estudo quanto ao objectivo
Os
objectivos da pesquisa tornam-se a base de qualquer estudo, pois estes ditam o
tipo de resultados esperados com a pesquisa. Apontar tipo de estudo quanto ao
objectivo permite com que o pesquisador saiba por onde começar com a pesquisa e
como irá tratar os resultados dessa pesquisa. Normalmente este tipo de método é
induzido com o tipo de abordagem da pesquisa. Para a presente pesquisa optou
por descrever as implicações da SP no PEA.
3.3.1. Estudo descritivo
Pesquisa
Descritiva é aquela que descreve um problema, através de técnicas padronizadas
de colecta de dados (questionários, entrevistas, filmagens, relatórios, etc.), procura
levantar e descrever informações sobre o tema proposto. “As pesquisas
descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações
entre variáveis” (Gil, 2002, p.42). Este tipo de pesquisa procura observar, registar,
analisar, classificar e interpretar os factos ou fenómenos (variáveis), sem que
o pesquisador interfira neles ou os manipule.
Para
esta pesquisa, o autor descreve como é feita a supervisão pedagógica naquela
instituição escolar escolhida para a pesquisa, o autor relacionou os dados
colhidos com as outras teorias já elaboradas sobre a temática em questão, neste
caso, o pesquisador não interferiu na recolha da informação, visto que o mesmo
não fazia parte da realidade escolar.
3.4.Tipos de estudo
quanto aos procedimentos técnicos
O
estudo quanto aos procedimentos técnicos, tem como objectivo descrever o tipo
de procedimento usado para a elaboração do trabalho, pois este tipo de
abordagem permite deixar claro o tipo de procedimentos, ou seja, meios as quais
auxiliam a pesquisa para o alcance dos objectivos pretendidos. Neste estudo os
procedimentos usados são estudo bibliográfico e estudo de caso
1.4.1.
Estudo bibliográfico
Antes de
recolher os dados empíricos sobre a temática em estudo, à necessidade de rever
as outras obras que debruçam sobre o assunto, e esta revisão prévia sobre o
tema encontra-se na pesquisa bibliográfica. “A pesquisa bibliográfica é
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos” (Gil, 2002, p.44). Acrescenta Zanella (2013), “a principal vantagem é
permitir ao pesquisador a cobertura mais ampla do que se fosse pesquisar directamente;
é relevante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos” (p.36).
Esta
pesquisa também não foge da regra, primeiramente, o pesquisador se beneficio
das fontes bibliográficas, tais como livros, artigos e legislações que fala
sobre a supervisão pedagógica, para poder subsidiar a parte teórica deste
trabalho, não só, o capítulo de análise e interpretação de dados, o autor
também se beneficiou deste instrumento para dar a cientificidade dos dados
colhidos no campo de pesquisa.
3.4.2. Estudo de caso
Segundo Vilelas (2009), “o estudo
de caso permite que seja analisada uma situação na qual não é possível fazer
interferências, no sentido de manipular os comportamentos relevantes” (p.145).
O presente estudo observa este
procedimento, uma vez que o autor colheu resultados numa determinada escola. O
caso estudado faz parte de uma realidade particular, mas os resultados colhidos
serviram para a generalização das informações.
3.5.Técnicas e instrumentos de recolha de dados
As
técnicas e instrumentos de recolha de dados são as formas as quais o autor de uma
determinada pesquisa usa para poder colher as informações no campo de pesquisa
para o atender aqueles que são os objectivos da pesquisa. A escolha destes
instrumentos depende do tipo de pesquisa que o autor pretende faz. Portanto,
para esta pesquisa o autor optou pela entrevista semi-estruturada e análise
documental, a rolado a baixo.
3.5.1.
Entrevista
A
entrevista é um encontro entre duas ou mais pessoas, a fim de que uma delas
obtenha informações a respeito de determinado assunto (Marconi & Lakatos;
2002). Na visão do Ruas (2017), entrevistas são “métodos de colecta de dados e
informação pertencentes ao paradigma fenomenológico” (p.140).
3.5.1.1.Entrevista semi-estruturada
A entrevista semi-estruturada é
definida por Vilelas (2009), é aquela em que a entrevista é guiada pela
espontaneidade das duas partes, não é obrigatório que o entrevistador possa ter
consigo um guião de entrevista ou questionário. Severino (2007), sustenta que a
entrevista semi-estruturada “facilita obter dados dos entrevistados a partir do
discurso natural, ou seja, espontânea. Nesta senda, o entrevistador mantém-se
em escuta atenta, registando todas as informações e somente intervindo
discretamente para, eventualmente, animar o depoimento” (p.125).
Nesta
pesquisa adoptou-se a entrevista semi-estruturada, pela sua vantagem em deixar
o entrevistado a vontade a explicar os assuntos, portanto, o entrevistado
debruçava sobre a temática e o entrevistador apenas guiou a entrevista com foco
na pergunta de partida e nos objectivos.
Todavia,
não foi necessário que o guião fosse seguido com exactidão, este sofreu
alterações durante a entrevista, existiram perguntas que iam sendo feitas ao
longo da entrevista com base nas curiosidades criados pelo entrevistado. Mesmos
assim, o pesquisador não perdiam o seu foco da pesquisa.
3.5.2. Análise
documental
Análise
documental é procedimento que o pesquisador se beneficia dos documentos
secundários produzidos na instituição em pesquisa sobre a matéria em estudo. Como
reforça Zanella (2013),
analise documental “semelhante à
pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental se utiliza de fontes documentais,
isto é, fontes de dados secundários”
(p.37). A pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda
um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objectos da pesquisa e uma das vantagens desta técnica é que ela não exigir o contacto
com os sujeitos da pesquisa.
Para
esta pesquisa, o autor teve o privilégio de analisar os documentos produzidos
na própria instituição em relação a temática em estudo, como é o caso de guião
de SP com objectivo de averiguar os aspectos levado na avaliação do desempenho
do professor durante o processo de supervisão e mapa estatístico anual de
aproveitamento pedagógico de alunos, com objectivo de averiguar o
aproveitamento pedagógico dos alunos nos anos alvo da pesquisa.
3.6.Técnicas de
análise e interpretação dos resultados
Falar
das técnicas de análise e interpretação dos resultados, é o mesmo que falar de
como as informações foram organizadas para a fácil compreensão dos conteúdos
por parte do autor da pesquisa e para os consumidores finais do produto
(leitores). Para esta pesquisa o autor optou por análise de conteúdos e a categorização
dos resultados, as quais estão descritos a baixo.
3.6.1.
Análise de conteúdos
A
análise de conteúdo é um método de tratamento e análise de informações colhidas
por meio de técnicas de colecta de dados, consubstanciadas em um documento. A
técnica se aplica à análise de textos escritos ou de qualquer comunicação
(oral, visual, gestual) reduzida a um texto ou documento (Zanella,
2013).
Para esta pesquisa os discursos dos
entrevistados foram seleccionados, focando-se nos pontos que dizia respeito a
SP, e a outra fase foi caracterizada pela análise das informações dadas pelos
entrevistados fazendo uma relação entre o que os entrevistados forneceram com
àquilo que as referências teóricas já falam sobre o assunto, isto é, análise do
texto e do contexto.
3.6.2.
Categorização
Segundo Severino (2007), a palavra
categoria, em geral, se refere a um conceito que abrange elementos ou aspectos
com características comuns ou que se relacionam entre si. Essa palavra está
ligada à ideia de classe ou série. Da mesma forma, na análise dos dados de
nossas pesquisas, as categorias nos ajudam a organizar, separar, unir,
classificar e validar as respostas encontradas pelos nossos instrumentos de
colecta de dados.
Para este estudo, os resultados obtidos
pelas entrevistadas estão organizados em categorias e subcategorias. Os dados
são organizados com base nos aspectos comuns das entrevistas. E também
facilitou na interpretação dos dados.
3.7.Participante e o critério de selecção dos mesmos
Fizeram
parte desta pesquisa um (1) Director da Escola, um (1) Director Adjunto da
Escola e quatro (4) professores. Todos eles desempenham as suas funções na
escola em estudo. O critério usado para a selecção dos participantes foi das
funções que cada participante tem na SP e no processo de ensino e aprendizagem.
A
escolha do director e do director adjunto da escola, deveu-se das competências
que lhes são incumbidas a respeito do processo de ensino e aprendizagem e da
escola como um todo, eles têm a obrigação de monitorar e acompanhar todos os
seus professores e de todas as situações que ocorrem e possam ocorrer nesse
ambiente escolar, o que torna eles supervisores constantes do processo de
ensino e aprendizagem e da escola como um todo. E como não bastasse, estes não
acompanham o quotidiano dos professores e alunos em sala de aulas, és a razão
da escolha dos professores. Eles são mentores de formação dos alunos em sala de
aulas, são formadores activos dos alunos, são responsáveis no desenvolvimento
intelectual dos alunos, formando-os para a vida em sociedade.
Por
este motivo que, estes participantes tornam-se relevantes para esta pesquisa
porque, o PEA envolve o trabalho conjunto de todos eles, ou seja, o processo de
ensino e aprendizagem envolve o esforço coordenado de todos os membros da
escola, com objectivo de oferecer uma aprendizagem de qualidade aos alunos,
apropriando-se dos melhores conteúdos e dos melhores instrumentos para o
alcance do sucesso escolar dos alunos.
3.8.Considerações
éticas
No
âmbito do respeito e da valorização dos direitos humanos, todos os
entrevistados foram lhe reservados o direito ao sigilo das informações, as
entrevistas foram feitas isoladamente e com a autorização dos participantes,
tendo sido as informações das entrevistas reservadas para o uso exclusivo para
a elaboração do presente teor.
Para
garantir a confidencialidade dos nomes dos participantes, os nomes dos participantes
não são referenciados neste estudo, os mesmos foram substituídos por
abreviaturas comuns, como é o caso de, DE
para designar (Director da Escola), DAE
(Director Adjunto da Escola) e P
(Professor). Esta última, por razões de serem mais de dois professores e entrevistados,
eles são representados pela abreviatura mais um número afrente, por exemplo (P1…), para indicar a posição do
entrevistado, isso permitiu a organização dos dados na hora de análise e
interpretação dos mesmos.
3.9.Descrição do local
de estudo
A descrição do local de estudo faz referência, ao
local a qual a pesquisa foi realizada.
Entendendo assim
este subtítulo, importa referir que, esta pesquisa foi realizada na província
de Niassa, no distrito de Cuamba. Por questões sigilosas não poder-se-á dar a
localização geográfica exacta.
CAPÍTULO IV: Apresentação, análise e interpretação de
resultados
Este capítulo faz menção a
apresentação, análise e interpretação dos resultados provenientes das
entrevistas e da análise documental realizada pelo pesquisador. Para este
estudo, foi aplicada a análise de conteúdos organizados em categorias e
subcategorias.
Dentro deste
capítulo, são apresentas as seguintes categorias: Noções sobre o conceito de
supervisão pedagógica; modos de realização da supervisão pedagógica na Escola
X, que apresenta as seguintes subcategorias: quem realiza a
assistência às aulas na escola X? e solicitação de assistência às
aulas pelos professores; e por a última categoria diz respeito aos resultados de
assistência às aulas no PEA na escola em estudo.
4.1. Noções sobre o conceito de supervisão pedagógica
Nesta primeira categoria,
procurávamos colher a percepção dos entrevistados a cerca da supervisão
pedagógica.
Diante desta indagação o
entrevistado DE conceitua a
supervisão pedagógica como “um processo de apoio e acompanhamento do
processo de ensino e aprendizagem, desde as questões técnicas até ao resultado
final dos alunos”.
Para o entrevistado DAE define a supervisão pedagógica como “uma actividade de
monitoria do processo pedagógico da escola, com objectivo de apoiar os
professores nas suas funções didácticas em sala de aulas”.
Já o entrevistado P1 conceitua a Supervisão pedagógica
como “é um processo pelo qual as escolas organizam com objectivo de
acompanhar o desenvolvimento profissional dos seus professores. A supervisão
pedagógica prepara os professores com metodologias, materiais didácticos para o
processo de ensino e aprendizagem”.
Na mesma linha de pensamento
encontramos P3 que conceitua a
supervisão pedagógica como um “o processo de apoio e orientação aos
professores sobre o processo de ensino e aprendizagem. Ela tem horizontes mais
ambiciosos, foca no instrutor, mas os rendimentos são apresentados pelos alunos”.
As respostas apresentadas pelos
entrevistados mostram grande domínio no que concerne ao conceito da supervisão
pedagógica, segundo estes entrevistados a SP é um processo de apoio, de
monitoramento, de acompanhamento e de assistência aos professores e ao processo
de ensino e aprendizagem, desde a preparação da aula até a avaliação final dos
rendimentos escolares dos alunos.
Os conceitos apresentados pelos
entrevistados não fogem com o conceito de Nericí (1990), que define a
supervisão pedagógica como um trabalho de acompanhamento e assistência de
actividades que estão relacionados com o processo de ensino e aprendizagem, com
o objectivo de melhorar cada vez mais o planeamento, coordenação e execução das
actividades pedagógicas, de modo que sejam atendidas as necessidades do
educando e da comunidade em geral.
A supervisão pedagógica deve
acompanhar todo o processo educativo, levando em consideração que este é
realizado com profissionais cuja sua formação é infinita e que cada dia é uma
nova aprendizagem, as dificuldades encontradas precisam ser sanadas com apoio
de outros profissionais. Nesta mesma senda de ideias encontramos Alarcão &
Canha (2013), que salientam, a supervisão é “um processo de partilha de conhecimento
através de um processo de normas estabelecidas pela instituição ou organização,
que visam garantir a organização e execução das tarefas que cabe a cada profissional”
(p.19).
Todavia,
a actividades de supervisão está intimamente ligada com questão pedagógica da
escola, ela encontra a sua base na orientação dos professores sobre os
instrumentos e metodologias usadas em sala de aulas e domínio dos conteúdos
pelos professores, como referencia o DE.
Neste contexto, o objectivo da supervisão pedagógica é o melhoramento da
qualidade da instituição de ensino e de todos os envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem, tanto os professores, alunos, agentes de serviço, entre
outros que auxiliam no desenvolvimento qualitativo da escola (Alarcão, 1996).
Durante
a entrevista com P3, faz menção a
supervisão como uma forma de ensinar, ou seja, as actividades do supervisor
devem ter uma influência indirecta nos alunos, porque o objectivo deste é ensinar
o professor a ensinar, no entanto, a actividade deve criar um ciclo de
aprendizagem mútua, assim, encontra-se na esfera de ensino e aprendizagem. Segundo
Mosqueira (2017), os ensinos do supervisor devem influenciar directamente no desenvolvimento
do supervisionado e de uma forma indirecta no desenvolvimento do aluno.
O
mesmo entrevistado faz alusão do foco da supervisão pedagógica como sendo o
professor, mas com benefícios dos alunos, segundo Novele (2016), a supervisão
escolar incide sobre o professor, ou seja, “representa uma actividade que
estimula, orienta e coordena o desenvolvimento contínuo deste profissional para
o cumprimento mais eficiente das tarefas dentro da escola, orientadas para o crescimento
do educando” (p.11).
Porém,
a supervisão pedagógica está ligada com o processo de ensino e aprendizagem,
porque a sua essência é apoio profissional dos professores nas funções
didácticas “preparando para a actuação em situações complexas e o
autoconhecimento relativo a saberes e a práticas” (Alarcão e Roldão, 2008, cit.
em Mosqueira, 2017, p.31).
O P4 olha a supervisão pedagógica como “uma chave muito importante para os professores, principalmente nos seus
primeiros anos de docência, uma vez que este, se deparar com uma formação em
acção, ele precisa aprender muito sobre como lhe dar com uma sala de aulas”.
Nesta mesma linha de pensamento encontramos o P2, que encarrega os professores mais antigos na carreira como
sendo novos instrutores para os professores recém-graduados, segundo ele “os professores com mais anos de experiencia
na docência são as que instruem os outros que ainda são mais novos na
carreira”.
Sem
mais delongas, os entrevistados referenciam a importância de um professore novo
receber apoio vindo dos professores que se encontram a mais anos da carreira e
que possuem experiências sobre o processo pedagógico.
Com
base nos resultados colhidos podemos concluir que, a supervisão pedagógica é um
processo de apoio, orientação e coordenação dos professores sobre o processo de
ensino e aprendizagem para o desenvolvimento pessoal e profissional destes para
garantir o sucesso escolar dos alunos. Entretanto, a supervisão pedagógica
poderá alcançar contornos satisfatórios se existir uma boa relação entre o
supervisor e o supervisionado e este com os seus alunos.
4.2. Modos de realização da supervisão pedagógica na Escola X
Nesta
categoria, pretendíamos compreender os modos de realização da supervisão
pedagógica na escola em estudo. Esta categoria encontra-se subdividida em três subcategorias,
nomeadamente: assistência as aulas e reuniões, quem realiza às assistência as
aulas e reuniões na escola X? e a solicitação de assistência ás aulas pelos
professores.
4.2.1. Assistência às aulas e reuniões
Nesta subcategoria, tinha-se como
objectivo descrever no que consistia a assistência às aulas e reuniões tidas na
escola em estudo.
Referente ao modo de realizada da supervisão
pedagógica na escola em estudo, o DAE
disse que “nesta escola realizamos uma
supervisão com base na assistência às aulas” a resposta não difere com a do
DE, que realça também a assistência às
aulas como sendo um modo da SP realizada naquela instituição, ele também diz
que tem tido encontros com professores como uma forma de apoio aos mesmos “também temos tido reuniões nos primeiros
dias de aulas ou quando julgar-se necessário durante o processo com os
professores, e tratamos vários pontos sobre o PEA”.
Os P1, P2, P3, P4, P5 e P6 manifestaram respostas similares com que
foram apresentadas pelos DAE e DE, quando referem que a supervisão
pedagógica realizada na escola é de assistência às aulas e encontros dos
professores com DAE e DE.
Diante
das entrevistas fornecidas pelos nossos participantes, ficamos a saber que a
supervisão pedagógica realizada naquela escola é de assistência às aulas e
reuniões feitas entre a Direcção e os professores, que cujo são as variáveis de
actuações da supervisão humanista/clínica. Este tipo de supervisão acompanha o
desenvolvimento profissional dos professores a nível da escola em vários níveis
da prática educativa.
Segundo
Novele (2016), “este tipo de supervisão coloca-se o professor como a pessoa
principal da sua própria aprendizagem e o supervisor desempenha o papel de acompanhante
e de ajuda, mas o trabalho é realizado de uma forma conjunta” (p.16), segundo Gaspar
et al. (2012), neste tipo de supervisão, a sala de aulas é concebida como sendo
o principal lugar para a observação das actividades educativas, neste caso, a supervisão
deve apresentar um ciclo completo de aprendizagem que é a planificação,
investigação e avaliação.
Este
tipo de supervisão pressupõe vários tipos de actividades tais como: a). Reuniões
e/ou encontros; b). Visitas (planificadas, casuais, anunciadas, repentinas, a
pedido do professor e/ou do supervisor); c). Estudo (cursos, treinamentos,
reciclagens, correspondências, leitura, etc.); d). Entrevistas, conferências,
seminários, painéis e outros (Greia, 2013).
Portanto, a supervisão clínica compõe um ciclo
completo, se assim podemos dizer, de apoio e ajuda ao processo de ensino e
aprendizagem, porque as práticas de supervisão clínica sustentam-se em
contextos reais da escola e a observação é a técnica usada para analisar o
comportamento em sala de aulas.
Contudo, os resultados das entrevistas
apresentadas, podemos concluir que a supervisão realizada na escola é uma supervisão
pedagógica interna, que tem com objectivo desenvolver o profissionalismo dos
professores e impulsionar a aprendizagem dos alunos. Entretanto, assistência às
aulas é uma forma de apoiar e de encorajar os professores a trazerem novas inovações
na área pedagógica. Porque tendo os professores motivados e inovadores os
alunos poderão se beneficiar de recursos e conteúdos apropriados do programa.
4.2.1. Quem realiza a assistência às aulas e reuniões na
escola X?
Nesta
subcategoria, tínhamos como objectivo identificar as pessoas responsáveis na
realização de assistência às aulas e as reuniões tidas na escola em estudo.
As entrevistas fornecidas DAE, P1, P2, P3 e P4, referem que a
assistência às aulas é feita entre professores com a monitoria dos directores
da escola, como uma forma de colaboração conjunta sobre o processo de ensino e
aprendizagem e da melhoria das práticas pedagógicas dos professores. Segundo o
modelo de supervisão humanista/clínico, um professor pode ser supervisionado
pelo seu colega de trabalho ou pelos seus superiores, tornando-se uma
supervisão entre pares. Handal e Lauvås (1987 cit. em Greia, 2013), acreditam
que o professor é um grande impulsionador na construção de novos saberes,
principalmente quando se apresenta em debates em situações de grupo, isso
também, não exclui a pesquisa individual e constante das novas teorias sobre
actividade educativa.
Sá
(2017), diz que “a interacção entre pares é uma abordagem que pode melhorar o
desempenho docente, porque activa a regulação cognitiva dos implicados através
das actividades de planeamento de estratégias, de monitorização e de avaliação,
e de resolução de problemas” (p.31), “o trabalho de supervisão pedagógica horizontal/entrepares
poderá ampliar as capacidades profissionais por meio de um processo dialógico e
analítico adequado para cada situação da escolar. Este tipo de supervisão
contribui para a valorização profissional e pessoal” (Ribeiro, 2012, p.39).
Para Reis (2011), a observação de
aulas em parceria é uma forma de promoção do trabalho colaborativo, a concepção
da aula ou análise da turma em conjunto e a articulação de saberes e
conhecimentos é enriquecida pelas diferentes perspectivas de cada professor,
pela partilha de estratégias individuais que possibilitam o planeamento de
acções conjuntas.
O
DE e P4 explicam os passos que a
assistência às aulas segue a “assistência
às aulas começa antes da observação na sala de aulas”, ou seja, o
supervisor inteira-se com o professor desde a preparação da aula até ao final
da mesma, os entrevistados fazem menção de três momentos que a supervisão
pedagógica deve respeitar para produzir bons resultados com a actividade: os
supervisores devem acompanhar o processo desde a planificação (pré-observação),
assistência à aula (observação em sala de aulas) e um encontro com o professor
supervisionado depois da aula para tecer as considerações (pós-observação).
As
descrições feitas pelos entrevistados podem ser comprovadas com o guião de
assistência às aulas da escola, pois este apresenta seis (6) etapas, sendo que
a primeira fase o supervisor observa a organização da sala de aulas; a segunda etapa
é sobre a organização da aula, esta fase são levados em consideração o nível de
preparação do professor para a aula, objectivos da aulas, o uso da motivação e
os métodos empregues na sala de aulas.
O
terceiro momento, o supervisor observa o trabalho educativo, nesta fase faz-se
avaliação do trabalho do professor e a relação mantida durante a aula com os
alunos; quarta fase faz a conclusão da actividade de assistência às aulas,
procurando analisar se os objectivos previstos para aquela aula foram atingidos
ou não e se as metodologias foram empregues adequadamente; a quinta fase fica
reservada para as recomendações do supervisor para o professor; e a sexta e última
fase se faz a avaliação da aula, com as seguintes classificações: bom,
aceitável, regular e mau.
Os
professores que assumem a postura de supervisor, são antecipados dias antes da
supervisão e estes participam na planificação da aula do professor
supervisionado, isso abre uma oportunidade de trabalho de elaboração conjunta
da aula, pois permite com que o professor se abre com o seu colega (supervisor)
desde o início da actividade, reduzindo a chance desse interpretar a supervisão
como sendo a inspecção.
Diante destas etapas apresentadas
pelos entrevistados e o guião de assistência às aulas da escola, nota-se que é
importante antecipar o supervisionado para que este não possa encarar a
supervisão pedagógica como uma espécie de inspecção, segundo MINED (2003, cit.
em Rodrigues, 2019), “a assistência às aulas deve ser comunicada com
antecedência ao professor pois não se trata de uma acção de inspecção, mas sim
de superação das dificuldades e apoio com vista a melhorar o desempenho do
professor na sala de aulas” (p.21). Este processo deve ser conduzido com base
na interacção e participação com os outros, a comunicação deve ser a chave de
todo o processo de assistência.
Os entrevistados não deixaram de
fora as reuniões tidas entre os professores e os Directores da escola, que se
tem levado acabo discussões sobre o processo de ensino e aprendizagem, “para além da assistência às aulas que temo-nos
feito, tem havido encontros de professores e a Direcção, para fazer alusão das
dificuldades encontrados no processo de ensino e aprendizagem e juntos arranjamos
estratégias para superara as dificuldades destacadas”, explica o P2.
Todavia, a supervisão pedagógica
humanista/clínica apresenta várias modalidades de actuação, mas qualquer que
seja a modalidade deve impulsionar o desempenho do professor e do processo de
ensino e aprendizagem. Henriques diz que os encontros e reuniões entre os
professores “dão aos docentes a possibilidade de reflectir conjuntamente sobre
os factos que tenham uma concordância com o seu trabalho, a aprendizagem tem
que ser recíproca, assim como nas discussões em questões curriculares, entre
outras” (Henriques, 2010, cit. em Sá, 2017, p.31).
Ribeiro (2012), explica que num
contexto de supervisão pedagógica, a observação não se restringe à sala de
aula, mas antes pressupõe a colaboração entre supervisor e professor
supervisionado, centra-se nas diversas situações que compõem o contexto da
acção do professor, de forma que o mesmo seja capaz, com o apoio adequado, de
observar, reflectir e agir relativamente ao trabalho que desenvolve, aos
efeitos da sua acção na aprendizagem dos alunos e ao funcionamento da
organização escolar.
Importa frisar que, a observação
colaborativa de aulas entre professores não deve ser encarada com formalidade
(inspecção) ou como uma ameaça ao professor supervisionado, mas sim como uma
mais-valia para o aumento do conhecimento prático e uma oportunidade para
(ante) ver formas alternativas de actuação.
O P1 reforça
a existência de um bom clima entre o professor e a pessoa que assume a postura
de supervisor durante o processo de acompanhamento, “é através da supervisão pedagógica que eu e os meus colegas, temos
superado as nossas dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, esta
acção tem sido levado com amor, cooperação e ajuda mútua entre o supervisionado
e supervisor”.
Isto é, a
supervisão só poderá ter resultados a plausíveis se existir uma boa relação
entre todos envolvidos no processo, “a relação entre o supervisor e o professor
deve ser estabelecido na base da confiança e acima de tudo no diálogo entre toda
individualidade da organização” (Mosqueira, 2017, p.28), a supervisão deve ser
construída com amor e competência para que se possa atingir bons resultados.
A supervisão pedagógica exige habilidades e paciência dos supervisores, porque
nem todos supervisionados poderão se comportar da mesma forma diante o processo
de assistência às aulas.
Importa também destacar que, o
desempenho do aluno e o desenvolvimento deste, não depende apenas de um
processo individualizado do professor, mas é o esforço e a colaboração que
todos os profissionais da escola realizam. Os professores devem ser detective
das suas práticas pedagógicas e da escola como um todo, de forma a identificar
os possíveis problemas que estejam a retardar ou que possam retardar o
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem dentro da escola, como
sintetiza Alarcão (2001), só um professor pesquisador das suas acções
educativas é capaz de questionar de forma inteligente e programada das práticas
que possam contribuir no seu desenvolvimento pessoal e profissional,
tornando-se um agente dinâmico da sua formação.
4.2.2. A solicitação de assistência às aulas pelos
professores
Nesta subcategoria pretendíamos saber
o nível de solicitação de assistência às aulas pelos professores.
Indo mais com as entrevistas,
ficamos a conhecer que os professores têm mostrado o interesse e vontade de
serem supervisionados, razão pela qual se tem organizado por trimestre uma
ocasião para que estes possam se apoiar no PEA, segundo DE “os professores têm
mostrado o entusiasmo e interesse de serem supervisionados e qualquer
iniciativa que incentiva o PEA é importante para a nossa escola”.
“O
professor que sentem a necessidade de uma ajuda extra durante este processo,
pedem a direcção ou um colega para que possa ser ajudado a suprir as suas dificuldades,
porque queremos oferecer o melhor para os nossos alunos”
esclarece o DAE.
Estes entrevistas, mostram que a
prática da supervisão esta intimamente ligada com o desejo de aprender do
professor ao solicitar esta prática, uma vez que os professores reflexivos das
suas práticas se preocupam com o desempenho da suas actividades no quotidiano
do seu trabalho. Alarcão (1996), diz que a supervisão tem um carácter complexo.
Esta complexidade traduz-se na necessidade de haver assistência, recurso, estimulo,
aconselhamento, apoio, assessoramento, comparticipação permanente.
Quando os professores mostram o
interesse de serem acompanhados no seu crescimento pessoal e profissional, é um
sinal que a escola está a caminhar para aquilo que os autores chamam de uma
escola reflexiva, que cujo os professores se preocupam com o processo
educativo, que segundo Formosinho (2002), pensar num processo de melhoria da
escola implica o envolvimento, partilha, a realização de trabalho conjunto e
responsabilização dos docentes em acções que estejam relacionados com o
desenvolvimento curricular da escola, bem como, na tomadas de decisão
colectivas, que têm como objectivo a compreensão e resolução dos problemas
reais de cada contexto, com vista a garantir o sucesso escolar dos alunos.
Entretanto,
só existirá uma prática reflexiva e que proporciona aos professores a oportunidades
para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, se deixar-se o egocentrismo
fora das práticas educativas e que se possa cultivar uma atitude de responsabilidade
das práticas educativas. Para que este desenvolvimento aconteça é preciso mobilizar
esforços e estar ciente que durante o processo haverá riscos, portanto, é
preciso assumir as nossas fraquezas, o que quer dizer, exposição face aos
outros, libertando-nos do “eu solitário” para passarmos a assumir e viver o
nosso “eu solidário”.
O
DE, DAE, P1, P2, P3 e P4 explicam que a escola tem realizado
duas assistências às aulas por trimestre, o que soma seis (6) supervisões
pedagógicas por cada disciplina anualmente.
Estas
entrevistas encontram subsídio nos escritos de Reis que dizem, a assistência às
aulas pode ser feita numa modalidade formal e informal e que o número de
assistência às aulas depende da necessidade e das dificuldades apresentados
pelos professores, segundo Reis (2011), a frequência das observações deverá
depender do nível de experiência e de desenvolvimento profissional dos
professores em processo de supervisão: um professor em início de carreira
necessitará de uma observação mais frequente (eventualmente, com periodicidade
semanal) do que um professor em período probatório com vários anos de experiência
noutra área disciplinar. Neste último caso, uma periodicidade mensal poderá ser
uma opção.
Quanto a
duração de assistência as aulas, ela vai depender de que tipo de assistência a
ser feita, como me referenciava anteriormente, quando a assistência à aula for
informal a observação pode variar entre 3-15 minutos, enquanto a assistência às
aulas formais, pela sua objectividade pode levar mais de 15 minutos até mesmos
podendo chegar a durar a aula inteira.
4.3. Resultados de assistência às aulas no PEA na escola em
estudo
Esta categoria tem como objectivo verificar
os resultados apresentados com a prática da supervisão pedagógica realizada na
escola em estudo, que para além das entrevistas fornecidas pelos participantes
os dados foram comprovados com o mapa estatístico anual de aproveitamento
pedagógico daquela escola.
O DAE descreve como sendo bons resultados demonstrados no PEA com a
prática de assistência às aulas, “os
resultados apresentados pelos professores e o processo de ensino aprendizagem
como sendo um todo são a plausíveis, os professores têm mostrado uma grande
vontade de aprender com os outros”.
Segundo o DE a boa assistência às aulas têm trazido bons resultados para a
escola como um todo, uma fez que a colaboração feita entre os envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem é feita com objectivo da satisfação de todos
da escola “depois da supervisão
pedagógica feita, temos professores participativos no processo, eles têm
motivado os alunos e tem existido uma relação impecável entre os professores e
alunos em sala de aulas”.
O
P1, P2, P3 e P4, descrevem os resultados da assistência
às aulas como sendo positivos, porque os professores têm mostrado melhores
desempenhos e como resultado no PEA os alunos têm apresentado resultados
positivos.
Estes depoimentos são comprovados
com o mapa estatístico de aproveitamento pedagógico anual da escola em estudo,
o nível de aproveitamento pedagógico dos alunos dos anos de 2018-2020 foi satisfatório,
sendo que em 2018 em termos estáticos os alunos da 8ª classe apresentarem-se
activos, sendo que a situação positiva foi de 94,7%, a 9ª classe teve o nível
percentual de positividade de 87,8% e a 10ª classe ficou com 74,6% da situação
positiva.
Em 2019 também os resultados também
foram satisfatórios, sendo que a 8ª classe apresentou uma situação positiva de
97,4%, a 9ª classe com 95,1% e a 10ª classe ficou com situação positiva de 61,9%.
Em 2020, o aproveitamento pedagógico das classes sem exame foi influenciado com
a pandemia da Covid-19, sendo que o aproveitamento pedagógico dessas classes
foi de 100% e a 10ª classe que foi submetida aos exames, teve o aproveitamento pedagógico
anual de 87,5%.
Os entrevistados acreditam que o
aproveitamento pedagógico demonstrado pelos alunos no final de cada trimestre é
o resultado da boa colação entre a Direcção e os professores, professores entre
si e entre professores e alunos. Ribeiro (2012), diz que “esta acção é de
fundamental importância e tem repercussões no desenvolvimento do professor
observado e dos seus alunos, pois todos se encontram num processo de
desenvolvimento constante (p.40).
Porém, A supervisão exerce uma
forte relação com o processo de ensino e aprendizagem, ela trabalha
directamente com os professores e de uma forma indirecta, esta exerce uma força
no aproveitamento pedagógico do aluno, como é de conhecimento, as actividades
educativas são frutos do empenho de vários profissionais, como diz Tafoi (2011,
cit. em Greia 2014), uma das grandes vantagens da supervisão é no estímulo
reflexivo do professor e no comprometimento com que se faz, lembrando que, ninguém
poderá fazer na vez de ninguém, mas consciente de que todos nós precisamos de
ajuda, isto é, dificilmente alguém poderá fazer sozinho e os resultados serem
os mesmos como alguém que fez com os outros. Todos os profissionais na escola
precisam de auxílio e de apoio dos outros profissionais.
Não se alongando da entrevista tem
os P1 que refere “a supervisão pedagógica realizada a nível
interno da escola leva-nos acreditar que tem contribuído bastante no combate ao
fracasso escolar, os feedbacks fornecidos pelos colegas no acto da supervisão
são positivos”
As
entrevistas tidas com os DE, DAE e P1
nos conduz aquilo que se tornou nos últimos dias o holofote da educação, a
questão da qualidade educativa, entretanto, as implicações desta prática deve
ser de educar os alunos com princípios e com habilidades variadas como forma de
preparar o aluno a vida em sociedade, o objectivo da supervisão pedagógica é a
qualidade de ensino, todavia, os critérios e a apreciação dessa qualidade não
são impostos de cima para baixo numa perspectiva de autoridade aceite pelos
professores, mas na interacção entre supervisor e professor.
Todavia,
a supervisão pedagógica “vai contribuir na transformação pessoal e social que é
a escola. Irá sustentar actividades voltadas para o desenvolvimento contínuo da
escola e dos padrões de qualidade que confere à escola o seu êxito” (Fermanian, 2016, p.37). Segundo Novela
(2016), em termos gerais, a tarefa de supervisão é um serviço técnico, de carácter
especializado, a satisfação de um supervisor é quando os seus supervisionando mostram
resultados aplausíveis e cada vez mais reinventadas novas estratégias de ensino
de forma a garantir que o processo de ensino e aprendizagem seja realizado sem
sobre saltos e os seus alunos se forme como o desejado.
O P4 incentiva a prática desta nas escolas, segundo ele o seu
primeiro ano a exercer as funções de docência foi-lhe difícil, mas essa prática
ajudou-lhe muito na superação das dificuldades. Segundo o entrevistado, as
dificuldades sentidas nos seus primeiros anos de trabalho foram superadas com o
apoio dos seus colegas de trabalho, o que nos leva a chamar os saberes de
Huberman (1992, cit. em Mosqueira 2017), “o desenvolvimento de uma nova carreira
é realizado no dia-a-dia da profissão e não uma série de eventos” (p. 22),
Acrescenta Cavaco (2014, cit. em Mosqueira
2017), que esta fase é caracterizada por sentimentos negativos e pela
insegurança, o autor chama dessa fase como estádio de “sobrevivência” pois é o
confronto entre os ideias da carreira e a realidade encontrada no terreno,
nesta fase, nasce o espírito de insegurança e no questionamento da
autoconfiança, pós, tudo que está se ter e viver é novo e ainda não se tem
certeza do que se faz.
No entanto, este profissional precisa de
ajuda para a superação desses desafios e dificuldades encontrados ao longo
desse processo, cabe ao supervisor acompanhar a esse profissional para que
possa atingir aquilo que são os objectivos curriculares e da escola. O processo
de interacção de um novo meio é o meio pelo qual as dificuldades podem se
tornar desafios a serem superados, como descreve Formosinho (2002), a teoria
construtivista diz que a as pessoas aprendem rápido com a socialização com o
meio social em que se encontra inserida, nesta interacção as pessoas partilham
as suas experiencias e expectativas do trabalho e da vida social.
Mosqueira (2016), chama as funções do
supervisor como sendo o novo mentor desse professor, todavia, durante este
conflito com a realidade e as ideias projectadas sobre a carreira e por meio da
interacção, cabe ao supervisor trazer este profissional ao mundo real, ele será
um mentor para o professor jovem, trabalhando junto para a resolução dos
problemas encontrados durante o seu trabalho, ele (supervisor) deveram
contextualizar os conhecimentos do novo professor aprendidos na formação com a
realidade do trabalho. Por essa razão, os autores enfatizam bastante a boa
comunicação entre o supervisor e o supervisionado.
E temos o P3 que faz uma avaliação positiva da prática da supervisão
pedagógica, mas lamente pela insuficiência dos professores naquela escola,
segundo ele a supervisão pedagógica deveria ser feita por professores que
leccionam a mesmas disciplinas, “a
prática é positiva, nos traz bons resultados, mas eu acho que se tivéssemos
professores suficientes para cada disciplina séria melhor, porque iríamos nos
supervisionar entre nós que leccionamos a mesma disciplina”.
O entrevistado vai mais longe
dizendo que nos primeiros anos da inauguração da escola a supervisão vindo da
Direcção era rara, porque desde 2016-2018, a escola estava sem o DAE e os
trabalhos eram super carregados para o DE, mas de lá para cá a Direcção tem
acompanho o desenvolvimento pessoal e profissional dos professores.
Certamente,
a supervisão é realizada por professores de disciplinas diferentes, isto quer
dizer que, a realização desse tipo de supervisão não implica simplesmente que
sejam de profissionais que leccionam a mesma disciplina, mas sim deve ser feita
por pessoas conhecedoras da área de ciências de educação, que estejam
abalizados com as questões pedagógicas para dar a boa assistência aos
professores que enfrentam dificuldades no seu processo pedagógico. Um supervisor
deve ser uma pessoa que cujo seu horizonte sobre as questões pedagógico é
ambicioso, que seja criativo e motivador da prática educativa dos seus colegas.
Sá (2017), sustenta que “as escolas
devem incentivar e a formação contínua (capacitações) dos seus professores de
modo que se possa atingir as metas desejadas pela escola e pela sociedade em
geral que é a qualidade de educação; também os professores devem criar um
ambiente de empatia entre sim para todos que directa e indirectamente afecta o
processo de ensino e aprendizagem. Porém, neste processo de colaboração não há
especificidade de formação, desde que estes sejam professores e tenham
conhecimentos na área de ciências de educação e uma formação psicopedagógica,
poderão actuar e ajudarem-se mutuamente e os problemas encontrados ao lodo do
processo de ensino e aprendizagem sejam ultrapassados.
Capítulo V: Conclusão
Com base nos dados
colhidos e apresentados nos capítulos II e IV, concluímos que, a supervisão
pedagógica é o processo que consiste na ajuda e monitoria constante do
desempenho do professor e do processo de ensino e aprendizagem, esta prática
tem como objectivo final alcançar os objectivos curriculares e garantir o
sucesso escolar dos alunos. O papel da supervisão é de
estimular a colaboração na divisão de responsabilidade, mas acima de tudo na
mobilização de novos saberes e no envolvimento de todos. O supervisor assume um
papel de agente de mudança, incitador de aprendizagens, ele ajuda na
planificação das tarefas, assistindo às aulas, experimentando práticas
inovadoras com os professores, trazendo um olhar crítico no processo educativo.
Durante a nossa pesquisa, se pode
perceber que a supervisão pedagógica não significa a fiscalização do processo,
mas sim um apoio necessário para o processo de ensino e aprendizagem se
concretize em todas as suas dimensões. Segundo os resultados da pesquisa, esta
prática não se cinge apenas na monitoria das actividades pedagógicas em sala de
aulas, mas também os, seus horizontes transcende as quatro paredes da sala, as
suas funções igualmente, abrangem o desenvolvimento da escola, levando em
consideração todos aspectos que directa e indirectamente afectam esse processo
e a escola em geral.
Portanto, a supervisão pedagógica
pode se manifestar na escola de diversas formas, mas sempre sem fugir da sua essência,
que é acompanhar o desenvolvimento pessoal e profissional dos professores. Mas,
das várias formas de manifestação da SP, as mais destacadas na escola em estudo
é de assistência às aulas e reuniões entre os professores e a direcção da
escola, que se enquadra na supervisão clínica, em que o professor é responsável
das suas praticas pedagógicas, ou seja da sua própria aprendizagem, o
supervisor é apenas um mentor do mesmo e orientador das suas práticas. Todas as
modalidades dessa supervisão visam cultivar a vontade de ensinar do professor e
este o incentivo da aprendizagem do aluno.
A modalidade de supervisão
pedagógica baseada na assistência às aulas, consiste na orientação dos
professores sobre como administrar as aulas para que este possa atingir os
objectivos do PEA junto com os seus alunos. A postura de supervisor é assumida
pelos directores ou pelo outro professor que cujo lecciona ou não a mesma
disciplina na escola, podendo este servir de orientador do supervisionando e
posteriormente tecer as considerações sobre a aula. Os professores quando
assumem essa postura são munidos de fichas de assistência às aulas que compõe
aspectos a serem levados em consideração na avaliação. Não obstante a esta
prática, as reuniões entre os membros da direcção e os professores mostra a
responsabilidade de todos os profissionais da escola em relação ao PEA. Nesta
modalidade, não se pode encarar o problema baseando-se em especulações, este
deve resolver-se com base na realidade escolar. Resultado final da reunião deve
acompanhar processo educativo até ao final do ano, para que se possa fazer
balanço positivo da actividade.
A prática destas modalidades de
supervisão pedagógica, contribui bastante no desenvolvimento intelectual dos
alunos e no esforço constante na busca das melhores estratégias para ensinar dos
professore daquela escola, esta é uma das formas de eles atenderem as
exigências dos programas de ensino e da escola em particular, com objectivo de
atingir o potencial máximo do aluno e assim buscar alcançar o sucesso da
escolar do mesmo.
Deste modo, a supervisão
interna realizada naquela escola de estudo traz bons resultados dos alunos e no
desempenho dos professores e emancipa a qualidade educativa da escola. A
realização da supervisão pedagógica ajuda no desenvolvimento profissional e
pessoal dos professores, assim como incentiva a participação dos alunos na sala
de aulas e impulsiona de igual forma a aprendizagem dos mesmos
Por essa razão, os
professores que assumem a postura de supervisor interno tratam os supervisionados
como sendo os mentores das suas próprias aulas, a troca de experiencia nesta
escola tem sido recíproco entre os professores e isso permite com que todos compartilhem
as suas experiências profissional num ambiente de amor e companheirismo
permitindo com que os outros desenvolva e melhorem cada vez mais as suas
práticas pedagógicas.
Os resultados da
pesquisa naquela escola, mostram que, os professores mostram-se entusiasmados com
a prática da supervisão pedagógica, estes demonstram-se participativos no que
concerne a actividades relacionados com processo de ensino e aprendizagem,
assim como no desenvolvimento profissional e pessoal dos seus colegas. A
supervisão pedagógica cria um ambiente de autocrítico das práticas pedagógicas,
a supervisão pedagógica abre um campo para os professores pensarem cada vez
mais na melhoria do processo de ensino e aprendizagem, melhorando cada vez mais
os seus métodos e técnicas de ensino, replanificando as suas actividades com
base nos recursos existentes na escola.
Referências
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Apêndices
Guião de
entrevista para os Directores da Escola Secundária X
1) Como
conceitua a supervisão pedagógica?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Qual
é a modalidade da supervisão pedagógica que é realizada nesta escola?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Quem
realiza a supervisão pedagógica nesta escola?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Será
que os professores já mostraram interesse em serem supervisionados?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5)
Que rendimentos/resultados são apresentados
no processo de ensino e aprendizagem após a supervisão pedagógica?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Guião de
entrevista para os professores da Escola Secundária X
1) Como
conceitua a supervisão pedagógica?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Qual
é a modalidade da supervisão pedagógica que é realizada nesta escola?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Como
tem sido a SP realizada a nível da escola?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Que
avaliação fazem a SP conduzida a nível interno da escola?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Guião de análise
documental
Análise de Mapa
estatístico anual de aproveitamento pedagógico doa alunos
Este
guião tinha como objectivo de averiguar o aproveitamento pedagógico dos alunos
nos anos alvo da pesquisa.
Ano lectivo |
Classe |
Alunos matriculados |
Alunos até no final de ano |
Aproveitamento pedagógico |
|||
Situação Positiva |
Situação Negativa |
||||||
Nº de alunos |
% |
Nº de alunos |
% |
||||
2018 |
8ª |
100 |
75 |
71 |
94,7 |
4 |
5,3 |
9ª |
56 |
49 |
43 |
87,8 |
6 |
12,2 |
|
10ª |
81 |
67 |
50 |
74,6 |
17 |
25,4 |
|
2019 |
8ª |
95 |
77 |
75 |
97,4 |
2 |
2,6 |
9ª |
73 |
62 |
59 |
95,1 |
3 |
4,9 |
|
10ª |
50 |
42 |
26 |
61,9 |
16 |
38,1 |
|
2020 |
8ª |
104 |
104 |
104 |
100 |
0 |
0 |
9ª |
76 |
76 |
76 |
100 |
0 |
0 |
|
10ª |
93 |
64 |
56 |
87,5 |
8 |
12.5 |
Guião de análise
do guião de supervisão pedagógica na Escola Secundária X
Este
guião tinha como objectivo de averiguar os pontos avaliados durante o processo
de supervisão
Tipo de SP |
Responsáveis
|
Frequência
da prática |
Aspectos a
serem avaliados |
Assistência
as aulas e reuniões |
Professores
e Directores
da Escola |
2 Vezes
por trimestre em cada disciplina |
Organização
da sala de aulas |
Organização
da aula |
|||
Trabalho
educativo |
|||
Conclusões |
|||
Recomendações
|
|||
Avaliação
da aula |
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