Planificação e avaliação


Introdução

Planificação e avaliação pedagógica como princípio da supervisão e inspecção escolar é o tema que resumidamente irar-se-á abordar ao longo do trabalho. O processo educativo é uma actividade que exige em rigor ou em constante momento alguns requisitos para a sua realização, com objectivo da sua eficiência do PEA. Para tal o professor precisa de um guia para orientar-lhe nas suas actividades competentes, e este guia é chamado de plano de aula, que pode ser de curto, médio e longo prazo, envolvendo as devidas avaliações.
Dentro do tema estão abordados os seguintes subtemas: conceito de planificação, fases de elaboração, elementos da planificação, tipos de planificação, conceito de avaliação e os tipos de avaliação. O trabalho tem como objectivo mostrar como se elabora um plano de aula e qual é a sua importância para o educador.
Os meios usados para a realização do trabalho foram: Manuais existentes na biblioteca da UCM-FEC e o uso de PDF’s (internet).











Planificação

Libânio (1994, p.221), conceitua planificação didáctica como “uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das actividades didácticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objectivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”. Para Piletti (2006), “planificação de ensino consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais que o professor fará em sala de aulas, para conduzir os alunos a atingirem os objectivos educacionais propostos”. Portanto, planificar é mas importante para o professor ou qualquer outra pessoa para prever as futuras situações a serem enfrentadas na sua jornada de trabalho, ou seja, é a organização de uma actividade para a facilitação de execução da actividade, mas que segue uma determinada sequência.
Nerice (1966, p.130), Planificação da escola “representa o esforço de ordenar e racionalizar todos os trabalhos da escola em uma só unidade, apesar das suas múltiplas activadas didácticas-administrativas”. Acrescenta Santos (2015), Os processos de planificação e a sua implementação concretizam as escolhas pedagógicas e políticas da educação que os professores realizam.

Fases de realização da planificação

As fases de planificação são os momentos em que a planificação passará até a sua realização, seguindo uma determinada sequência de realização. Piletti (2006) Apresenta quatro (4) fases de elaboração do plano: Conhecimento da realidade, Elaboração do plano, Execução do plano e Avaliação, e aperfeiçoamento do plano.
v  Conhecimento da realidade - antes de elaborar o plano é necessário fazer a seguinte questão: para quem se vai planificar? Com esta questão, o individuo saberá determinar-se na sua elaboração.
v  Elaboração do plano - a partir dos dados fornecidos pela sondagem e interpretados pelo diagnóstico.
v  Execução do plano - esta fase o indivíduo põem em prática as actividades propostas no plano, isto é, o momento de realização do plano.
v  Avaliação e aperfeiçoamento do plano - é o término da execução do que foi planejado, o indivíduo fará um balaço das actividades realizadas, para ver se os objectivos propostos foram alcançados da maneira prevista.
Segundo Ribeiro e Ribeiro (1989, cit em Santos 2015), diferentemente de Piletti que demostra quatro, para estes autores demostram cinco (5) fases de elaboração que são: análise, concepção, desenvolvimento, execução e controle.
v  A fase de análise (diagnóstico) corresponde a análise de necessidades (para quem e porquê?).
v  A fase de concepção correspondem as seguintes operações: o estabelecimento de objectivos gerais; a formulação de objectivos específicos; a elaboração de instrumentos de avaliação - diagnóstica, formativa e sumativa.
v  A fase de desenvolvimento corresponde a organização das sequências e unidades de ensino; a selecção de métodos, meios e materiais; o reajustamento em função dos recursos disponíveis.
v  A fase de execução remete para a execução das unidades de ensino.
v  A fase de controlo que inclui as seguintes operações: a avaliação diagnóstica (prévia à execução); a avaliação formativa; a avaliação sumativa; e a revisão permanente do ciclo da planificação.

Elementos de uma planificação.

Segundo Piletti, (2001, cit em Alvarenga 2011, p.38) o plano de aula "é a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia lectivo. É a sistematização de todas as actividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino/aprendizagem”. Portanto, o plano de alua deve corresponder a essas sequências para que seja eficiente na preparação e domínio da aula para o professor, assim como na transmissão de conteúdo para com os alunos.
Para Alvarenga (2011), no plano de aulas devem conter os seguintes elementos:
Sumário, conteúdos, objectivos da aula, materiais da aula, distribuição de tempo, as estratégias, actividades, e prever como será feito as avaliações. Estes servem como uma ferramenta importantíssima para organizar e subsidiar o trabalho docente.
v  Sumário - encontra-se o assunto que será desenvolvido durante a aula;
v  Conteúdos - é o desenvolvimento do sumário em sala de aula;
v  Objectivos - são conjuntos de metas a serem alcançadas após da aula dada, ou seja, as finalidades que o aluno deve alcançar no final da aula;
v  Materiais - são os recursos necessários para a realização da aula;
v  Distribuição do tempo - é a gestão do tempo que o professor faz perante a aula para a determinação da duração da aula;
v  As estratégias - são os recursos didácticos que o professor usa para a facilitação do professor de atingir as metas propostas numa dada aula;
v  As actividades - são as práticas que o professor em conjunto com os alunos realiza durante a aula;
v  Prever as avaliações - é como o professor vai prever a avaliação a fim de saber em que nível de cada aluno percebeu sobre a aula dada, ou seja, é a maneira como o professor verá se foram alcançados os objectivos previstos.
Na concepção de Piletti (2006), deduz os oito elementos propostos pelo Alvarenga em cinco (5) elementos que são: objecto, conteúdos, procedimentos de ensino, recursos didácticos, tempo provável e forma de avaliação.
v  Objectivos - são as discrições claras do que se pretende alcançar como resultado da nossa actividade;
v  Conteúdo - refere-se a organização do conhecimento em si como base nas suas próprias regras;
v  Procedimento de ensino - são acções, processos ou comportamentos planejados pelo professor para colocar o aluno em contacto directo com coisas, factos ou fenómenos que lhes possibilitem modificar a sua conduta, em função dos objectivos previstos;
v  Recursos de ensino- são os componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem a estimulação para o aluno;
v  Avaliação- é o processo pelo qual se determinam o grau e a qualidade de resultados em relação aos objectivos, considerando os contextos das condições em que o trabalho foi desenvolvido.

Tipos de planificação

Como é sabido que no início de um ano lectivo, os professores devem saber como irão lidar com os seus alunos, ou seja, devem ter uma nova visão sobre o PEA. No entanto ele deve saber como fará para o bom sucesso do seu trabalho e como aperfeiçoar os conteúdos aos seus alunos. Alvarenga (2011), salienta a existência de três (3) planos de aula que são: a planificação a curto, médio e longo prazo. O professor deve saber qual dos planos executará ao logo do ano lectivo ou das suas actividades curriculares.

Plano a curto prazo/de aula

Cortesão (1994, cit em Alvarenga, 2011, p.37), enfatiza que ” durante o ano lectivo é focalizado a acção que se desenrola num contexto muito particular, é necessário elaborar planos correspondentes às acções que no dia-a-dia vão concretizar as diferentes parcelas do anterior”.
Para Piletti (2006), o plano a curto prazo pode ser também chamado de plano de aula, que é a componente que especifica os comportamentos esperados do aluno e os meios, recursos, conteúdos a serem tratados num determinado dia lectivo.
Salienta Libânio (1994), na elaboração de plano de aula deve-se levar em consideração, em primeiro lugar que a aula é um período de tempo variável, o professor deve saber que pode ou não conseguir terminar o conteúdo da aula num mesmo dia, pois a aula é composta de fases.
Ainda, podemos acrescentar que consiste na planificação de cada aula onde se definem todos os ingredientes essências do plano.

Planificação a médio prazo/unidade

De acordo com Arends (1999, cit em Alvarenga, 2011, p.36), designa-se por planificação a médio prazo “os planos de uma unidade de ensino, ou de um período de aulas. Basicamente, uma unidade corresponde a um grupo de conteúdos e de competências associadas que são percebidas como um conjunto lógico.”
Acrescenta Piletti (2006), planejamento a médio prazo é uma especificidade maior do plano de curso. De lembrar que, uma unidade é composta por subtemas e que a necessidade de planificar, neste plano, inclui objectivos, conteúdos, meios e recursos. Esta planificação deve ser feita no final de cada unidade que antecede. Acrescenta Libânio (1994), este plano pode ser semestral ou anual, é denominado também de plano de unidade.
Melhor dizendo, durante o seu desenrolar, é necessário elaborar planos de médios prazos de cada um dos conteúdos de aprendizagem. Para planificar uma unidade é necessário interligar conteúdos, objectivos, estratégias/actividades, materiais, métodos, avaliação, durante dias, semanas, ou meses.

Plano a longo prazo/escolar

De acordo com Cortesão (1994, cit em Alvarenga, 2011), a planificação a longo prazo é fundamentalmente de dois tipos: um diz respeito à acção interdisciplinar dos vários professores da turma, como obreiros da mesma construção, outro diz respeito a acção dos professores por disciplina. Neste último caso, são delimitados os grandes blocos de aprendizagem – unidades de ensino/aprendizagem que irão ser considerados.
Acrescenta Piletti (2006), é a previsão de um determinado conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades a serem alcançados por uma turma num certo período de tempo. Para Libânio (2013), este é um plano feito por um conjunto de docentes, ou pode ser feito por um ou mais membros e que depois será discutido, o documento final deve ser de consenso colectivo e não individual.
Nesta linha de ideia, os professores precisam de partilhar experiências, cooperar, de forma espontânea para melhor juntos escolhem métodos e estratégias conducentes a fim de conseguirem um resultado eficiente e eficaz no decorrer de todo o processo educativo.

Avaliação

Avaliação Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, (cit, em Libânio 2013; p.217), " é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho".  Piletti (2006) Sustenta:
Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostos nos objectivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola como todo (1994).
Portanto, a avaliação pode ocorrer em qualquer momento, dependendo dos objectivos que a presidem.
Em algum momento os professores concebem avaliação como sendo, um instrumento que relativamente está ligado a testes escritos, trabalhos escritos ou orais, com finalidade de atribuir uma classificação baseado na nota (forma quantitativa), mas infelizmente não pode ser dessa forma que ela deve ser vista, mas de um instrumento que auxilia o professor na análise qualitativa e quantitativa do aproveitamento pedagógico do aluno e do professor (1994).

Tipos de avaliação

Segundo Piletti (2006), avaliação se desenvolvem em várias fases, dependendo dos objectivos a serem alcançados, para tal existem três (3) tipos de avaliação que são: avaliação diagnóstica, sumativa e formativa.
Avaliação diagnóstica - é uma avaliação que é feita no início do ano, de uma unidade, do semestre ou do trimestre, com objectivo de avaliar o nível de percepção e assimilação dos conteúdos anteriores por parte dos alunos, com este tipo de avaliação, o professor ficará a saber quais os métodos deve usar para os seus alunos.
Neste caso, permite ao professor adoptar a estratégia de diferenciação pedagógica que possibilitam que todos os alunos atinjam os objectivos definidos no programa, delimitar as capacidades que aluno possui para que possa enfrentar certo tipo de aprendizagem e, preparar o aluno para novas aprendizagens verificando se o conhecimento que traz consigo constitui pré-requisitos para nova abordagem.
Avaliação formativa - é uma avaliação que é feita no decorrer das aulas para ver o nível de percepção dos conteúdos propostos pelo professor aos alunos, ajuda o professor a localizar as dificuldades do aluno e arranjar os métodos precisos para a sua adequação. A avaliação Formativa fornece aos professores, aluno, pai e encarregado de educação, e aos restantes intervenientes, informações sobre o desenvolvimento das aprendizagens e competências de modo a permitirem reverem e melhorarem os processos de trabalho.
Avaliação sumativa - ocorre no final de cada período lectivo, de cada ano lectivo e de cada ciclo. Tem como função a classificação do aluno no final de um trimestre, semestre ou no fim do ano, para demostrar o nível de aproveitamento durante um determinado tempo. As classificações podendo ser no ensino Básico ou Primário, as seguintes: Não Satisfatório, Satisfatório, Bom, Muito Bom e Excelente.

Conclusão

Após a análise feita refente a planificação e avaliação pedagógica como princípio da supervisão e inspecção escolar, foi possível notar que a planificação e avaliação têm como objectivo, orientar o professor e os de mais que nele vão trabalhar. Um plano de aula deve ser conciso, claro, objectivo e não subjectivo, isso fará com que na ausência do professor da disciplina o sucessor não tenha dificuldade de executar e interpretar o plano de aula.
O plano de aula ajuda ao professor a delimitar os conteúdos, estratégias, métodos, objectivos, actividades e tempo de duração da aula. Na execução do plano, o professor deve avaliar o nível cognitivo ou pedagógico dos alunos baseando-se nas avaliações diagnósticas, formativas assim como a sumativa que são os três tipos de avaliações usadas no Processo de Ensino E Aprendizagem (PEA).  
É de extrema importância que o professor não se focalize num e único tipo de avaliação, visto que há diferente tipo de percepção do conteúdo, há alunos que são muito bom na oratura, alguns na escrita e outros ambas partes. O professor deve levar em consideração a esses aspectos educativos.









Referência bibliográfica

Alvarenga, I. J. A. (2011). A planificação docente e o sucesso do processo ensino –            aprendizagem: estudo na escola básica amor de Deus. Monografia da              Universidade Jean Piaget: Cabo Verde
Libânio, J. C. (2013). Didáctica. (2ª ed.). SP-Brail:Cortez.
Libânio, J.C. (1994). Didáctica. SA-Brasil: Cortez.
Nerice, E. (1966). Introdução a didáctica geral: dinâmica da escola. (4ª ed.). SP-Brasil:     Fundo de cultura.
Piletti, C. (2006). Didáctica geral. (23ª ed.). SP-Brasil: Afiliada.
Santos, G. M. M. T. (2015). Concepções de aprendizagem e decisões para o 1º ciclo do     Ensino: Tese de doutoramento da faculdade de psicologia e de ciências da                Educação. Universidade Coimbra

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